quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A MALA




Quando sua vida começa você tem apenas uma mala pequenina na mão...
À medida que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, porque pensa que são importantes...
A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar tantas coisas, pesa demais, então você pode escolher: ficar sentado à beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos que passarem por alí já terão sua própria bagagem.
Você pode ficar a vida inteira esperando, até que seus dias acabem...
Ou você pode aliviar o peso, esvaziar a mala. Mas, o que tirar?
Você começa tirando tudo para fora...veja o que tem dentro: Amor, Amizade...
Tem bastante, curioso, não pesa nada...
Tem algo pesado...você faz força para tirar...era a Raiva...como ela pesa!
Aí você começa a tirar, tirar e aparecem a Incompreensão, Medo, Pessimismo...nesse momento, o Desânimo quase te puxa pra dentro da Mala...
Mas você puxa-o para fora com toda a força, e no fundo da mala aparece um Sorriso, que estava sufocando no fundo da sua bagagem...Pula para fora outro Sorriso e mais outro, e aí sai a Felicidade...
Aí você coloca as mãos dentro da mala de novo e tira pra fora a Tristeza...
Agora, você vai ter que procurar a Paciência dentro da mala, pois vai precisar bastante...
Procure então o resto: a Força, Esperança, Coragem, Entusiasmo, Equilíbrio, Responsabilidade, Tolerância e o Bom e Velho Humor. Tire a Preocupação também. Deixe de lado, depois você pensa o que fazer com ela...
Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo.
Mas, pense bem o que vai colocar lá dentro de novo, hein!
Agora é com você. E não se esqueça de fazer isso mais vezes, pois o caminho é Muito, Muito Longo.
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Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
cmpiasecki@bol.com.br

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ABORTO



por Cláudia Piasecki
Você é à favor ou contra o aborto?
Essa é a primeira pergunta que surge quando se toca no assunto.
Durante uma entrevista, dia desses, o candidato a presidência José Serra cometeu um "ato falho", dizendo que era à favor do aborto, rapidamente "corrigiu", dizendo que era contra. Bem, talvez ele não queira perder os eleitores que tem posição contrária ao aborto. Já que, ser contra o aborto no nosso país parece algo como: "ser politicamente correto".
Não sei se a relevância está em ser contra ou à favor, mas sim está em discutir cada vez mais esse assunto que é permeado por tantos tabus e preconceito.
A verdade é que pelo menos um milhão de mulheres fazem aborto no Brasil todos os anos. Muitas dessas mulheres morrem logo após provocarem o aborto, algumas morrem antes mesmo de conseguir atendimento médico.
O que mais me intriga é que o aborto é um tema que tem relação direta com as mulheres e geralmente é discutido por homens, ou melhor "autoridades" masculinas, sejam elas autoridades políticas ou religiosas. Raramente o tema é discutido pelas mulheres. A classe feminina ou o gênero feminino tem pouca influência ou representação nessas instituições, apesar de estarmos prestes a ter a primeira presidente mulher da história do Brasil.
Como mulher e cidadã, acredito que cabe a nós mulheres fazermos esta escolha. Afinal, vivemos num país democrático, ou não? Como fica a liberdade corporal e de expressão? Por que devemos continuar subjugadas por uma lei antiquada? Que, diga-se de passagem, não é cumprida, já que tantas mulheres praticam o aborto! E o que é pior, em clínicas clandestinas (já que o aborto é ilegal), mas que é do conhecimento de todos que elas existem! Inclusive do conhecimento das autoridades!
Como diria Bóris Casoy: "Isso é uma vergonha"...
Vivemos num regime hipócrita! Aceitamos o aborto indiretamente, sendo contra ou à favor...não importa. Todos fecham os olhos para esta realidade, ou você, caro leitor, já viu alguma mulher cumprir pena por praticar o aborto? Ou já viu algum médico ser preso pela prática "ilegal" do aborto?
Volto a dizer: hipocrisia!
A verdade é que nós mulheres estamos desamparadas com leis tão obsoletas e machistas!
Segundo a Pesquisa Nacional de Aborto feita pela Universidade de Brasília (UnB), com o apoio da Agência Ibope Inteligência e do Ministério da Saúde, uma em cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já realizou ao menos um aborto na vida, o equivalente a uma multidão de 5 milhões de mulheres. De acordo com o estudo, na faixa etária entre 35 e 39 anos a proporção é ainda maior: uma em cada cinco mulheres já fez um aborto. A pesquisa revela que ao contrário do que se pensava, a mulher que pratica aborto no Brasil é casada, tem filhos, religião e pertence a todas as classes sociais.
Se o aborto fosse permitido pela lei, certamente as mulheres se sentiriam mais amparadas e seguras, pois caberia a elas fazer a escolha, e as clínicas poderiam atendê-las sem a sombra do preconceito, inclusive com a participação de um profissional psi na equipe, que auxiliasse numa escolha consciente.
Talvez, algumas pessoas digam: "Mas se o aborto for legalizado, vai ficar banalizado, o número de abortos vai aumentar muito".
Não creio. A proibição só contribui para um atendimento precário que leva muitas mulheres a óbito. A ilegalidade não inibe essas mulheres da prática do aborto.
Talvez o governo não tenha interesse em reavaliar a lei e legalizar o aborto para não ter que arcar com a despesa. É preferível a omissão, fazer de conta que não se vê e deixar com que essas mulheres paguem com a vida.
Concluo enfatizando que esse assunto é de interesse feminino, e cabe a mulher fazer esta escolha. Não creio que este direito ou poder deva ser dirigido aos políticos ou aos religiosos.

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Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Banalização do sexo



por Cláudia Piasecki

A liberdade sexual na sociedade atual está diretamente ligada à realização de fantasias.
Vivemos mais o sexo e menos o amor.
A sensualidade está exacerbada, não há limites.
Existem muitas pessoas que vivem muito tempo sem amor, mesmo que tenham um pouco de sexo, mas estão sozinhas, sem amor!
Wilhem Reich, famoso terapeuta corporal, tentou propagar a liberdade sexual do corpo, através do amor, de relações mais intensas, relações saudáveis, não efêmeras, construídas com base na confiança, companheirismo, investimento afetivo.
O que percebemos no comportamento da grande maioria das pessoas é exatamente o contrário, propaga-se o sexo livre, sem ao menos se conhecer o outro. É o consumismo inserido no sexo. Eu consumo o outro, não preciso me preocupar com relação, continuação, ou amar, amor.
Impera a fantasia. É o estímulo sexual o tempo todo. É um atuar sexualmente. Agir, agir, agir, apenas uma descarga de energia.
E os sentimentos que movem o ser humano?
Essas relações de "descarga" realmente são satisfatórias?
A fantasia deveria ser consequência, vem depois, não pode ser a causa. A causa além do desejo deveria ser o amor, relação pelo afeto.
A banalização sexual leva a uma falsa idéia de realização e satisfação sexual. As pessoas se tratam como objetos "descartáveis" próprios para consumo, mas sem a possibilidade de manutenção (duração).
Quanto mais me relaciono sexualmente apenas para descarregar energia, sem nenhum tipo de envolvimento afetivo, terei necessidade de buscar cada vez mais relações dessa natureza, pois haverá apenas uma falsa sensação de satisfação, então inicia-se assim um ciclo compulsivo; a sensação de vazio logo após o término de uma relação sexual casual é bastante grande, os amantes que não tem intimidade alguma desejam "livrar-se" daquela situação o quanto antes.
Quando uma relação sexual acontece num clima de afeto, amor, intimidade, a tendência é que o desejo aumente, e a sensação de completude e satisfação, sejam vivenciadas de maneira real.
O sexo muitas vezes pode dar uma sensação de poder. Principalmente o sexo casual, quem pratica o sexo casual tem a sensação de estar sempre "conquistando", ou consumindo um "produto" novo, mas realização sexual, encontraremos apenas em um relacionamento com amor.

Cláudia Maria Piasecki.
Psicóloga Clínica.
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br
3243-0156 consultório

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Evolução Nem Sempre É Para Melhor



por Mario Sergio Cortella

O autoconhecimento é um processo necessário e fundamental para a melhoria de si mesmo--um processo interminável, pois tudo o que acontece a nossa volta nos afeta e nos transforma. Mas, quando pensam em autoconhecimento, geralmente as pessoas cometem um equívoco, pois associam autoconhecimento à evolução, necessariamente, como aperfeiçoamento.
Não é assim. Nem toda evolução significa uma mudança para melhor. Na cabeça da maioria das pessoas, a palavra evolução também está associada ao Darwinismo. Mas o fato é que Darwin tinha vergonha de usar o termo evolução. Em seu diário, ele prefere usar a palavra transformação, e só usava evolução no sentido de mudança. Ele fala apenas que as espécies se transformam---algumas inclusive para pior, pois desaparecem. O câncer evolui, as encrencas, os problemas, os confrontos evoluem, e ninguém pode dizer que isso é uma coisa boa.
O século 20 no Ocidente foi marcado por essa ideia equivocada da evolução como melhoria. Esse equívoco começa a nascer no Renascentismo, que introduz o antropocentrismo.
O "homem moderno" fala em evolução sempre acreditando que todos nós estamos avançando e rumando para um ponto ideal, aquele que o teólogo francês Pierre de Chardin chamou de Ponto Ômega, que seria o ápice da Vida e da Criação. E, quando o homem passa a enxergar a evolução como uma caminhada rumo à perfeição, acaba mergulhando no território da obsessão evolucionista e derrapando no raciocínio equivocado de que, se nós evoluímos, estamos indo todos em direção a um futuro melhor.
A grande encrenca é que isso só dificulta a compreensão de muitos problemas, inclusive a questão ecológica.
Se nós acreditarmos que a humanidade sempre evoluirá para melhor, a tendência é esquecer a natureza deletéria do homem, esquecer que ele é um animal destrutivo. Assim, até a própria noção de ecologia fica prejudicada, uma vez que as pessoas cultivam uma esperança vã de que a humanidade só vai melhorar e que, portanto, todos os transtornos causados pelo homem---efeito estufa, mudanças climáticas, poluição, o desequilíbrio da vida---são ritos de passagem para um mundo melhor. É como se a humanidade acreditasse que em algum momento da existência haverá uma purificação natural e incontestável do homem.
Bem, no mínimo, isso é uma postura arrogante e, certamente, errada. É preciso ter esperança, mas não tem cabimento não faz nada para mudar a situação e achar que, por pior que seja, vai melhorar no final.
Essa postura ameaça não só a ecologia mas toda a convivência de maneira geral, pois desliga um item imprescindível à sobrevivência e a civilização, que é o alarme.
De maneira geral, nossas medidas de prevenção existem para nos fazer prestar atenção em um perigo.
Mas há uma enorme diferença entre a pura espera e ter realmente esperança, ir atrás das coisas, fazê-las acontecer.
No fundo, de certa maneira, o século 20 atormentou o mundo com a ideia de que tudo dará certo para o homem, uma ideia levada à alma popular pelo escritor Fernando Sabino quando disse que "no fim tudo dá certo; se ainda não deu certo, é porque ainda não chegou no fim".
Esse otimismo, porém, não muda o fato de que, assim como houve um começo, haverá um fim---não necessariamente da vida em si, mas talvez da nossa espécie, dizimada por catástrofe natural, meteoro, bomba, ignorância, vírus ou coisa parecida.
É por tal razão que evolução não necessariamente é melhoria---e nem autoconhecimento. Muita gente acha que se conhece bem e que é a melhor companhia para si mesmo, sem perceber que pode estar sozinho e mal acompanhado.
Isso acontece quando as pessoas se alienam, quando não têm clareza daquilo que fazem, quando produzem aquilo que o escritor Eduardo Giannetti da Fonseca usou como matéria-prima em um ótimo, Auto Engano. O auto-engano é o escondimento e a dissimulação de si mesmo.
Distraídos, perguntam alguns, alarme? Já soou?
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Cláudia Maria Piasecki
cmpiasecki@bol.com.br

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SAWABONA


SAWABONA

sobre estar sozinho

por Flávio Gikovate



Não foi apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os termos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria, prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A ideia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher: ela abandona suas características para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se for manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma ideia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. As pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.

O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração.

Não é o príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando para se adaptar ao mundo que fabricou.

Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.

O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem outra feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.

As boas relações afetivas são ótimas e muito parecidas com o ficar sozinho: ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.

Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.

Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.

Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.



SAWABONA:

É um cumprimento usado

no sul da África

que quer dizer:

"Eu te respeito, eu te valorizo,

você é importante pra mim".

Em resposta as

pessoas dizem:

SHIKOBA

Cujo significado é:

"Então eu existo pra

você".



Artigo extraído da Revista Autoestima/32º edição
www.revistaautoestima.com.br
www.flaviogikovate.com.br

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Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Criatividade


A CRIATIVIDADE COMO MÉTODO NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS INTERPESSOAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO.

As organizações estão discutindo cada vez mais o incentivo da criatividade em busca de qualidade de vida dos integrantes da empresa. A valorização do ambiente de trabalho é muito importante para reter talentos e mantê-los satisfeitos e produtivos na execução de suas tarefas.
Criar é inovar e inovar é o caminho para o conhecimento de novas idéias tornando o indivíduo mais competitivo e mais receptivo para a criatividade, compreendendo a habilidade de produzir coisas novas e diferentes.
Incentivar a criatividade no ambiente de trabalho é estimular os integrantes da empresa a valorizar tanto ambiente físico quanto potencializar suas habilidades para melhorar o desempenho da execução das tarefas gerando maior produtividade e competitividade.
A criatividade implica na transformação do homem e o resultado dos seus esforços. Transformar valores e obter comprometimento através da participação torna possível o desenvolvimento das relações e consequentemente a estrutura da produção.
É importante pensar que para a evolução de uma empresa, a participação emerge para uma visão mais ampla e clara do que precisa ser feito. Mais importante do que uma simples técnica, a participação busca o envolvimento dos trabalhadores, a credibilidade na organização e a confiança de que vale a pena participar. Com honestidade e transparência o gerente pode transformar o local de trabalho em algo que gere satisfação nos trabalhadores.
Trabalhos realizados em grupos geram dificuldades na racionalização individual, produz conflitos interpessoais que são diferenças individuais. Os conflitos estimulam as pessoas a se interessarem pela curiosidade que leva a autoavaliação e a autocontestação, tornando-se um processo para a resolução de problemas, ou seja, levando-os para pensamentos criativos.
Muitas organizações tem dificuldades ao se depararem com conflitos que geram problemas e dentre eles o relacionamento interpessoal, portanto, usar o feedback e a assertividade como ferramenta para o desenvolvimento interpessoal é trabalhar o crescimento individual que leva os integrantes da organização a se relacionarem de forma mais profissional.
A criatividade é um fator que propicia o desenvolvimento pessoal e interpessoal incentivando a um ambiente de trabalho saudável permitindo o comprometimento e a participação dos integrantes na resolução dos problemas. Conflitos sempre irão existir, pois cada pessoa tem uma maneira de pensar, agir e sentir e essa diferença é que influência o grupo. Saber lidar com os conflitos e estar atento aos geradores de ansiedade enriquece para as escolhas positivas
Elisangela Yamamoto
Psicóloga Clínica
CRP 08/13078
Especialista em Gestão de Pessoas
elisangelayamamoto@uol.com.br
9619-1187

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Reeducação Alimentar sem mistérios



por Paula Souza

Mudar de hábitos não é fácil. É uma tarefa que requer esforço e disciplina, mas é possível. Quando o objetivo maior é a saúde, a prevenção de doenças e o melhor aproveitamento do organismo, o esforço vale a pena. A Reeducação Alimentar é uma linha de trabalho que procurar aliar nutrição e satisfação. Com mudanças na conduta alimentar é possível consumir alimentos saudáveis e ao mesmo tempo apetitosos.
O ideal é alimentar-se a cada três ou quatro horas. Comendo mais vezes evita a fome excessiva na refeição subsequente, o que permite reduzir o tamanho das porções. Sem contar que o corpo bem abastecido mantém os níveis de insulina estáveis evitando picos que levam ao acúmulo de gordura.
Uma alimentação, quando adequada e variada, previne deficiências nutricionais, e protege contra doenças infecciosas, porque é rica em nutrientes que podem melhorar as defesas do organismo.
Quando o corpo está em jejum prolongado, o organismo entra em estado de alerta. Durante o jejum o organismo entende que é preciso poupar energias para manter o controle, assim os estoques de gorduras são mais dificilmente acessados e o corpo passa a utilizar a massa magra dos músculos para energia. Deste modo, ficar sem alimentar-se não beneficia em nada os interessados a reduzir peso e medidas.
A reeducação alimentar é importante pois não somente a quantidade, mas também a qualidade do que comemos é o que beneficia a nossa saúde. É necessário ingerir alimentos ricos em fibras, como verduras, legumes, frutas e cereais, pois além de auxiliar no trânsito intestinal, eles ocupam maior volume no estômago, promovendo a saciedade.
O fracionamento das refeições também é muito importante no processo de controle e manutenção do peso corpóreo, fazer no mínimo cinco refeições ao dia, ingerir alimentos saudáveis e menos calóricos, acelera o metabolismo fazendo o nosso corpo gastar mais energia e por consequência emagrecer.
É importante lembrar que o café da manhã também é essencial para a saúde. Destaca-se como a refeição principal do dia, pois abastece o organismo após longo período em jejum devido às horas de sono, equilibrando a ingestão de carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais.
Emagrecer rapidamente é a promessa difícil de ser cumprida. O uso de medicamentos e dietas radicais podem prejudicar a saúde e a qualidade de vida. A reeducação alimentar é a mais indicada por tratar-se de um processo muito mais saudável. Entre as consequências das dietas restritivas, estão a perda de água e a de músculos, dando a falsa impressão de perda de peso.
Na reeducação alimentar é permitido consumir por exemplo chocolate, diariamente. Para isto o paciente deve seguir a risca as quantidades de alimentos proposta pela nutricionista. Afinal o que engorda não são os alimentos em si e sim o excesso deles. Macarrão e batata também podem ser incluídos em um plano de emagrecimento, assim como feijão e outras leguminosas. Respeitando as quantidades propostas é possível comer de tudo, mas de tudo um pouco.
Esse processo de aprendizagem é exercido através de orientações nutricionais específicas onde o paciente conhece e incorpora hábitos alimentares saudáveis. O paciente no final do tratamento torna-se apto a escolher corretamente os alimentos de sua dieta tanto a nível qualitativo quanto quantitativo. É aplicadas as pessoas que já possuem hábitos alimentares inadequados não tendo assim caráter preventivo e sim como tratamento. A importância deste método baseia-se no fato de ser formador de indivíduos capazes de entender o que é uma alimentação saudável, tornando-se assim independente de fórmulas de emagrecimento e dietas rigorosas. O acompanhamento nutricional é de grande importância para a saúde e para a qualidade de vida. Ele possibilita uma educação alimentar personalizada que leva em conta idade, hábitos alimentares, religião, patologias, desequilíbrios nutricionais, fatores genéticos e alergias alimentares.
A proposta de acompanhamento nutricional vai na contramão das dietas prontas, muito difundidas na mídia e reproduzidas pela população em geral, que apenas suprem necessidades momentâneas do indivíduo, e que podem causar diversos problemas a saúde. A educação alimentar personalizada permite que o indivíduo crie hábitos alimentares saudáveis para toda a vida. Para desfrutar dos benefícios de uma alimentação saudável, procure uma nutricionista.
Paula S. Souza
Nutricionista
CRN 8-1989
Rua:Jorge Mansos do Nascimento Teixeira, 210 Sala 01
Centro -São José dos Pinhais -PR
3398-9315 / 9677-6925
Atendimento domiciliar personalizado em São José e em Curitiba.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Violência contra à mulher



por Cláudia Piasecki

Tenho assistido alarmada aos noticiários de televisão nos últimos dois meses.
Dois assassinatos brutais contra mulheres têm tomado conta do cenário das notícias bizarras que chegam ao nosso conhecimento todos os dias.
O primeiro caso foi contra a advogada Mércia, o ex-namorado é o principal "suspeito" da sua morte...o segundo caso foi o da modelo Eliza Samúdio, ex-amante de Bruno, goleiro do Flamengo.
As duas vítimas foram brutalmente assassinadas, sem a menor chance de se defender.
O que está se passando na nossa sociedade?
Assisto a tais notícias indignada!!
Será que esses criminosos contam com a impunidade que é corriqueira na justiça do nosso país?
Um, é goleiro bem sucedido, o outro, é advogado e ex-policial.
Infelizmente, sabemos que dinheiro e poder são componentes que "anistiam" os criminosos de punições porque fazem parte de uma "elite".
E os casos de "Mércias" e "Elizas" que são mortas todos os dias pelos seus companheiros de maneira violenta e covarde? São crimes que muitas vezes nem sequer aparecem na mídia. Não estão no cenário dos crimes que se tornam conhecidos pelo país todo, e até fora do país, mas que são tão dolorosos e causam tanta indignação e sofrimento às famílias que perdem suas filhas, suas mães, irmãs...
A dor é imensurável, a indignação também, pois a justiça geralmente é muito tardia, causando um sentimento de grande vazio e de abandono nos familiares das vítimas, que só desejam que a justiça seja feita, porque a vida do familiar querido, não têm como resgatar mais.
Então me pego pensando...será que não existe mais diálogo entre as pessoas? As diferenças têm que ser resolvidas assim...com a morte? Violência, agressão, humilhação, desprezo!
Realmente vivemos tempos difíceis...
Espero que não nos acostumemos com tais acontecimentos. O sentimento de indignação deve permanecer, pois nos leva a refletir e a continuar lutando contra a violência dirigida a mulher.
Que esses casos que hoje nos deixam estarrecidos, sirvam ao menos para que as leis sejam mais severas contra os assassinos de mulheres e que a justiça, realmente seja feita, inibindo outros possíveis assassinatos. Não importa quem seja o assassino...se é famoso, conhecido, rico ou pobre. A justiça é para todos, o cumprimento das leis também. Todos os criminosos devem ser punidos pelos seus crimes rigorosamente de acordo com a lei.
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Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br

segunda-feira, 28 de junho de 2010

BULIMIA



por Cláudia Piasecki

A bulimia é uma doença com causas multifatoriais; são fatores genéticos, psicológicos, físicos, familiares, entre outros.
É um distúrbio alimentar, geralmente atrelado a ansiedade, insatisfação com o corpo, distorção da imagem corporal.
Na bulimia estão presentes a baixa autoestima, problemas de ordem neural, depressão (a depressão está presente em cerca de 50% a 75% dos casos).
A pessoa com bulimia, quando em crise (BINGE) pode ingerir até 14 mil calorias. É claro que essa ingesta exagerada traz consigo um extremo sentimento de culpa, originando no indivíduo bulímico um comportamento "purgativo", ele tenta se "livrar" daquilo que ingeriu em excesso. Abusam dos medicamentos de efeito purgativo. Muitas vezes pode fazer exercícios físicos de forma compulsiva.
Geralmente o bulímico, ao contrário do anoréxico, demonstra que tem fome, e está sempre um pouco acima do peso. Tem conhecimento vasto sobre nutrição, sabe quantas calorias tem cada alimento que ingere.
Um comportamento habitual do bulímico é fazer as refeições longe das pessoas da família, muitas vezes se alimenta em seu quarto, tem por hábito esconder comida.
É um transtorno difícil de ser observado no convívio social ou pela família, pois diferente da anorexia, na bulimia não se observa emagrecimento excessivo, pelo contrário; e geralmente os quadros de comer compulsivo acontecem longe dos outros. O anoréxico, não se alimenta, e a magreza pode ser notória; se pesa várias vezes por dia, faz exercícios regularmente. As conseqüências da anorexia são muito graves: lesões cardíacas e prejuízos cerebrais por causa da desnutrição, unhas e cabelos quebradiços, menstruação interrompida, pele seca e amarelada. Cerca de 20% dos pacientes anoréxicos morrem por parada cardíaca, inanição ou suicídio (quando a anorexia vem associada com depressão).
Os casos de bulimia podem se estender por muito tempo sem que o indíviduo bulímico busque ajuda, podendo dessa maneira agravar o quadro. O que complica as coisas é que a maioria das vítimas não se considera doente e evita assumir o problema diante dos outros. Geralmente busca ajuda profissional pela depressão, a realidade do distúrbio alimentar só "aparece" depois de algum tempo de tratamento.
Quanto mais cedo for descoberta e aceita a doença melhor. Geralmente envolve tratamento multidisciplinar (médico, psicólogo/psiquiatra, nutricionista) e o uso de medicamentos.
Paciência e persistência são fundamentais, tanto para o paciente quanto para seus familiares.
É necessário observar e estar atento a qualquer mudança de hábito ou comportamento das crianças e dos adolescentes, que pode ser bastante sutil no começo.
A maior incidência do distúrbio se dá em mulheres ainda na adolescência, mas pode acometer pessoas na fase adulta.

Cláudia Maria Piasecki.
Psicóloga Clínica.
CRP 08/ 10847
cmpiasecki@bol.com.br

segunda-feira, 14 de junho de 2010

No divã do analista





ANÁLISE: quem nunca fez não entende quem faz. E acho que, para duas pessoas se relacionarem, ambas devem ter alguma experiência do assunto ou, então, é melhor que nenhuma das duas tenha.
Eu, se fosse ministra da Educação, faria com que os alunos tivessem algumas noções de psicologia para se conhecer melhor e tentar também conhecer o outro.
Mas tem gente que tem mania de ficar se analisando, e essas pessoas são insuportáveis. Vivem falando em culpa, rejeição outros jargões analíticos. Não fazem nada sem perguntar ao analista, até se devem mudar a cor do cabelo. Eu já fiz análise várias vezes, com diversos tipos de analista. O primeiro quase me matava de raiva. Eu estava cheia de problemas-- separo, não separo, caso, não caso-- e o analista ou não dizia uma só palavra ou me dizia algo que não tinha a ver com meus problemas. Teria sido preciso que eu mesma fosse leitora de Freud para compreender o que ele falava. E isso pagando os olhos da cara. Durou um tempo e pulei fora, o que, aliás, não foi nada fácil. Primeiro, a coragem de contar que ia parar; e, depois, umas cinco sessões discutindo o assunto, ele dizendo que eu estava saindo para agredi-lo etc. e tal. Enquanto isso, fora do consultório, fazia sol e a vida continuava.
Mas não segurei a barra sozinha por muito tempo e fui parar em outra terapia, dessa vez com uma mulher. Ela devia me achar chique, pois volta e meia a conversa descambava para moda, como se fôssemos amigas almoçando. Era muito agradável, eu gostava, eu gostava dela. Só que, na hora de pagar aquela conta astronômica, concluía que aquilo não estava me levando a nada. E lá fui eu tentar de novo a vida sozinha. Não consegui, claro.
Fui percebendo que o que eu precisava era de uma pessoa que ouvisse meus problemas, já que ninguém tem tempo para isso (e nem está interessado). Com todo respeito, eu alugava 50 minutos do tempo de uma pessoa para reclamar da empregada, do marido, dos filhos, dizer que tinha engordado, que não aguentava fazer ginástica e, de quebra, falar mal de algumas amigas. Eu não esperava nada do analista, mas botar meus problemas para fora já me ajudava, tanto quanto a confissão para os católicos. Mas comecei a achar tudo monótono e caí fora.
Até que um dia me mudei, minha casa ficou pronta, e os amigos me diziam: "E quando é que vai me convidar para jantar?" Realmente, isso é o que fazem as pessoas civilizadas: um dia um convida, depois o outro retribui, e assim la nave va. Foi quando descobri que não sou uma pessoa civilizada e que receber para um jantar, por mais íntimos que sejam os amigos, para mim é uma tortura. E procurei um novo analista só para falar sobre isso.
Ele me ouviu silenciosamente enquanto eu dizia que tinha medo de a comida não ficar boa, de ter feito pouca e não dar para todos ou de exagerar, fazer demais e sobrarem três sobremesas, que eu ia comer todo dia e ficar uma bola de gorda, que o vinho talvez fosse péssimo, já que não sou conhecedora etc. etc. No final, ouvi dele apenas uma frase: "Se você não gosta de dar jantares, não dê". Foi a minha libertação. A partir desse dia, nunca mais precisei perguntar a ninguém se devo ou não devo fazer alguma coisa. Pergunto a mim mesma e o assunto está resolvido. E estou muito feliz assim--pelo menos por enquanto.
Danuza Leão

Múltipla escolha









Deslimite e desinteresse são irmãos gêmeos: geram agressividade como reação ao desamparo. Ao contrário do que pensamos, a falta de uma ordem amorosa ergue barreiras e produz isolamento. Permitindo tudo, dando tudo, não se cultivam afetos: estimulam-se a inquietação e o abandono.
Mas podemos fazer novas escolhas: dentro das possíveis transformações da cultura não cristalizada--pois é dinâmica--é possível mudar as regras desse jogo do convívio, da educação, da vida escolar e familiar, com regras, punições e recompensas. Carinho e respeito (...) dão segurança para construir alguma trajetória numa sociedade cada vez mais complexa.
Se fôssemos mais comedidos nas expectativas, mais tranquilamente respeitosos uns com os outros na mais intensa afeição e confiança, ou na melhor parceria de trabalho, poderíamos reter, cada um, a naturalidade necessária para preservar a liberdade a dois, que caracteriza uma relação positiva.

Trecho do Livro: Múltipla escolha, de Lya Luft.

Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia dos namorados



por Cláudia Piasecki

"...cuide bem do seu amor, seja quem for..."
Herbert Viana

Dia 12 de junho...Dia dos Namorados!
Dia em que se comemora o amor...ah o amor...sentimento tão sublime...
Os mais românticos preparam surpresas...um jantar à luz de velas, ou um presente que demonstre o quanto seu amor é grande e significativo.
O romantismo faz par com o amor há muito tempo, e ficou mais evidente na época dos escritores românticos. Eles só criaram suas obras primorosas porque estavam sob o efeito devastador do amor romântico, que por sinal causou muito sofrimento, aliás, amar significava sofrer; amar e não sofrer, não adoecer e quase sucumbir, não era amor verdadeiro.
E a paixão?
A paixão não é amor, é um estado de sofreguidão...pois quando apaixonados temos a impressão que necessitamos da companhia daquela pessoa 24 horas por dia...precisamos dos beijos, do carinho, do afeto, da presença, do ar que o outro respira!!! Sim, porque de outra forma "não sobreviveríamos"...
O amor é a evolução da paixão...quando a paixão acaba, e com ela todo aquele estado eufórico e histérico também, a projeção que nos fazia pensar que aquele ser era perfeito, sob medida, agora dá lugar a realidade, ou seja, começamos aos poucos a nos incomodar com aqueles comportamentos que outrora, achávamos até "engraçadinhos", mas que por vezes acabam destruindo uma relação, que nem chega a evoluir para o amor.
O amor nos permite enxergar os defeitos do outro. Dizem por aí que o amor é cego e burro...eu diria que a paixão é cega. O amor é bem mais "inteligente", o problema é que confundimos amor e paixão.
É claro que o amor muitas vezes nos prega peças...quem já não amou alguém que nunca imaginou que fosse amar? Sabe aquela pessoa da qual até falávamos mal? Que só tinha defeitos? Que nem era tão bacana assim, ou nem tão inteligente, bonito (a), etc, etc...
Pois é, existe um ditado bem antigo que diz: "Quem desdenha quer comprar". Colocamos mil defeitos em alguém, mas há algo que nos fascina naquela pessoa, que nos chama atenção. Basta dar uma chance...quem sabe não nasce um sentimento que pode vir a se transformar em amor...
Costumamos colocar o amor num lugar muito distante, difícil de alcançar, e quando estamos perto parece que ele nos ameaça, nos amedronta.
O amor é lindo...como costumavam dizer os poetas...e eu diria mais, é simples, não precisa ser complicado.
Penso que o que precisa ser ajustado são as expectativas que depositamos numa relação de amor. Colocamos milhões de objeções...se não fosse isso, ou, se não fosse aquilo...seria tão bom...
A grande questão é: NINGUÉM É PERFEITO!!!!!!
Se você ama alguém, aproveite bem esse dia para namorar muito, seja feliz, deixe de lado as pequenas diferenças, e tente "esticar" esse comportamento de pacificação e contentamento o quanto puder!!
Se você ama alguém, mas esse alguém não sabe, de repente chegou o momento de se declarar, pode dar certo. Quem não arrisca, não petisca!
Se você não ama ninguém, não namora ninguém, talvez esteja na hora de repensar alguns conceitos. Quem sabe não seria interessante dar uma chance para alguém que demonstra gostar de você.
Amar é importante e faz muito bem!... mas o amor sofre um grande perigo... o ser humano está demonstrando uma capacidade cada vez menor de amar, ou de se entregar a esse sentimento. Amar faz parte do homem moderno. Talvez sem o apelo exagerado do romantismo, mas no fundo todos querem amar, ter alguém com quem compartilhar momentos a dois, que eu diria, são deliciosos!
Cultivar o amor é preservar a espécie humana!
Cuide bem do seu.

“Chamo de amor uma tortura recíproca.”
Marcel Proust (1867-1922), escritor francês, autor da série de
romances Em Busca do Tempo Perdido.
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Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847

Namorofobia





Parece que uma boa parte da humanidade foi contaminada por uma espécie de alergia à intimidade, um comportamento crescente entre os homens, mas que também é assumido por muitas mulheres. O compromisso, necessário ao estabelecimento do namoro, tem sido encarado como algo ameaçador, chato e para muitos insuportável!
De acordo com pesquisa que venho desenvolvendo no site: www.mudancadehabito.com.br , 50% das pessoas estão em busca de um relacionamento para toda vida, 27% procuram alguém para namorar, 17% estão atrás de belos romances e 6% querem apenas ficar com várias pessoas. Esses dados indicam que a maioria dos entrevistados tem vontade de se envolver em um relacionamento.
Mas existe uma contradição. Os fatos também indicam que, apesar de quererem um namoro, aumenta também o número de pessoas que não o consegue. O desejo é grande, mas a habilidade é pouca.
Durante muito tempo, a ordem era namorar, noivar e casar. E quem não cumprisse esse ritual, estava sujeito à discriminação. Mas agora, com muito mais liberdade, ninguém é obrigado a dar satisfação de sua vida aos outros e por isso mesmo, estar só ou junto de alguém passou a ser uma opção. O sexo tornou-se disponível independente de ter ou não uma relação. Sendo assim, são muitos os homens que não vêem mais a necessidade de ter um relacionamento para satisfazer-se, contentam-se somente com o sexo.
As mulheres tornaram-se mais exigentes e não aceitam ser tratadas de qualquer maneira pelos homens. Elas querem mais do que sempre tiveram nos séculos passados.
O mundo tornou-se mais pragmático e as pessoas descartam o que não "serve", o que não responde aos seus objetivos. É tudo preto no branco. Mas, com esta mente objetiva e o coração "congelado", fica complicado amar. O amor precisa de um tempo para brotar, crescer e florescer. Ele deve ser cultivado com tempo, com paciência, tolerância e profundidade.
Ao classificar as pessoas de acordo com um padrão rígido, você não permite que o próprio encontro evolua. O narcisismo tomou conta de muita gente e não há espaço para o ser real, imperfeito, belo e viável.
Você pode não gostar de uma ou de outra característica da pessoa, mas no seu conjunto ela pode ser importante na sua vida.
Graças a Deus, nem tudo está perdido, pois também tenho encontrado pessoas com mais maturidade, que continuam apostando no amor, sem tanto medo da cumplicidade.
Sérgio Savian
Terapeuta e escritor
www.sergiosavian.com.br


Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br

O amor é lindo, mas dói.




Amar intensamente implica sofrimento intenso, pois "todo o amor vivo é um amor em conflitos". O amor é um sentimento extasiante, mas, como o parto, dói. O poema de Adélia Prado corrobora: "O amor é a coisa mais alegre. O amor é a coisa mais triste. O amor é a coisa que eu mais quero..."
Numa relação a dois, amar não é o único verbo a ser conjugado: eu amo, tu me amas. Passada a fase da paixão que sempre tem data de validade há, outros verbos a serem conjugados: perdoar, tolerar, dialogar, valorizar...
O escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962) se faz oportuno: "Sai sempre ganhando quem sabe amar e perdoar: não quem tudo sabe e tudo julga".
O que compromete uma relação adulta e duradoura é a indiferença, a falta de diálogo e não as discordâncias. A dois, à medida que envelhecemos e amar é desejar envelhecer juntos desfaz-se a paixão, a libido fenece (e para rima, a lei da gravidade prevalece), há de preponderar primordialmente o companheirismo e o diálogo.
O amor por si só não garante uma boa convivência. O grande desafio é a coabitação: o túmulo do amor para aqueles que praticam exercícios de afastamento e momentos de enlevo e crescimento para outros que se propõe à prática dos exercícios de aproximação.
O filósofo e escritor Rubem Alves, com a sabedoria de uma existência vivida intensamente, em uma palestra fez uma pertinente analogia: a relação a dois não deve ser como uma partida de tênis e sim de frescobol. Nesse, cada um com sua raquete lança a bola para que o outro a receba e a devolva da forma mais ajeitada possível. Há sinergia e ambos buscam o equilíbrio. No tênis, ao contrário, prevalece o antagonismo, a competição.
Os parceiros do frescobol praticam a empatia, uma palavra condinzente quando se analisa a sua etimologia grega: en (dentro)+ pathos (sentimentos). Empatia significa: dentro do sentimento do outro.
"Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus" é título de um best seller. Nessa metáfora reside a etiologia das diferenças tanto biológicas (que bom!) quanto psíquicas e são essas que afetam os relacionamentos.
Gosto de aforismos, pois uma ou duas linhas podem conter mais sabedoria que dezenas de páginas de um livro e é por isso que eles sobrevivem aos séculos.
Em meio a tantos, um deles mitiga aquela impotência quando os homens querem mais racionalidade na convivência com a cônjuge: "As mulheres foram feitas para serem amadas e não compreendidas", frase de Oscar Wilde (1854-1900).
Amá-las com gestos e palavras é o segredo. Se quiser compreendê-las, empregue mais utilmente o seu tempo em desvendar os enigmas da esfinge ou o problema da quadratura do círculo ou o último teorema de Fermat!
A distância entre o coração e o cérebro pode ser longa, mas aí cabe a indagação que provém da sabedoria popular: você quer ser feliz ou ter razão?
Jacir Venturi
Autor do livro: Da Sabedoria Clássica à Popular.

Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quando o homem é uma ilha



Meus assombros de menina: qual era a verdade de cada pessoa, daquelas que me rodeavam numa casa geralmente alegre? Eu descobrira que nem sempre dizia o que pensava: e os outros?
Perplexidades adultas: por que nos perdemos tanto? Por que tantos encontros amigos ou amorosos, e mesmo profissionais, começam com entusiasmo e de repente, ou lenta e insidiosamente, se transformam em objeto de indiferença, irritação ou até mesmo crueldade?
Ninguém se casa, tem filho, assume um trabalho querendo que saia tudo errado, querendo falhar ou ser triturado. Quantas vezes, porém, depois de algum tempo trilhamos uma estrada de desencanto e rancor?
No mais trivial comentário, por que, em lugar de prestar atenção ao outro, a gente prefere rotular, discriminando, marcando a ferro e fogo o flanco alheio com um rótulo invisível e ao mesmo tempo tão evidente? "Burro", "arrogante", "falso", "preguiçoso", "mentiroso", "omisso", "desleal", "vulgar", muitas vezes, humilhamos logo de saída, demonstrando nossos preconceitos sem nos envergonharmos deles, pois nem nos damos conta.
Parece que não convivemos com pessoas: convivemos com imagens construídas pela nossa falta de generosidade.
Pergunto a uma amiga pelo seu genro: "Aquele? Cada vez mais gordo!" Mas talvez eu quisesse saber se ele estava empregado, se estava contente, se fazia a filha dela feliz.
E nossa amiga comum? "Ah, essa? Irreconhecível, deve ter feito a milésima plástica na cara, mas os peitos estão um horror de caídos! "Não me disse se a mulher de quem falávamos se recuperara da viuvez, se estava deprimida ou já superara o trauma, se parecia serena ou aflita. Parece que invariavelmente acordamos com raiva de tudo e de todos. "Sujeito metido a besta", "professor ultrapassado", "alunos medíocres", "cantor desafinado", "empresário falido"...
Não vemos gente ao nosso redor. Vemos etiquetas. Difícil, assim, sentir-se acompanhado; difícil, desse jeito, amar e ser estimado. Vivemos como se estivéssemos isolados, com o olhar rápido e superficial, o julgamento à mão, armado: "um idiota", "uma dondoca", "um fracassado". Quem era, como se chamava, que idade tinha, se teve filhos, amigos, sucessos, fracassos, de que morreu, como viveu? É esse tipo de coisa que quero saber quando leio notícias do tipo "Aposentado morre de infarto na rua", "Idosa atropelada na avenida", "Mulher assaltada no caixa eletrônico".
Não admira que a gente sinta medo, solidão, raiva mesmo que imprecisa, nem sabemos do que ou de quem. Atacamos antes que nos ataquem, o outro é sempre uma ameaça, não uma possibilidade de afeto ou alegria.
Todo homem será uma ilha?
Lya Luft

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Psicologia do Emagrecimento. Programa Rafcal.



Por Cláudia Piasecki

A psicologia tem avançado muito nos últimos anos auxiliando as pessoas a encontrarem equilíbrio e uma maneira mais saudável de viver.
A psicologia com ênfase no comportamento alimentar é uma das áreas da psicologia que tem contribuído juntamente com a nutrição e a medicina para que as pessoas possam encontrar um caminho adequado no tratamento da diminuição do peso.
O programa Rafcal( Reeducação Afeto-Cognitiva do Comportamento Alimentar), foi criado pela psicóloga Maria Marta Ferreira, e tem como objetivo promover a mudança de comportamento geral em relação a vida do paciente que refletirá na conquista de um peso adequado.
Muitas pessoas percorrem um caminho muito difícil a procura do peso ideal, fazendo dietas restritivas ou "regimes" com ingesta insuficiente de calorias e nutrientes para o organismo, que geralmente não são satisfatórias num resultado definitivo do emagrecimento.
A proposta do Rafcal é unir a psicoterapia focada no comportamento alimentar (reeducação alimentar), com o trabalho nutricional, para que o paciente possa encontrar equilíbrio emocional, adequando seus afetos, para que o alimento não se transforme numa saída "perigosa" como uma forma de "recompensa" à situações de frustração, perdas, baixa autoestima,ansiedade;como "atenuante" do sofrimento.
A expressão emocional é fundamental para a eficácia na intervenção do comportamento alimentar.
O ideal é prevenir a relação entre alimentação e afeto.

Cláudia Maria Piasecki
CRP 08/10847
Comportamento Alimentar-Rafcal
cmpiasecki@bol.com.br
www.psicobela.com.br

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Banalização do sexo entre os adolescentes.



por Cláudia Piasecki

E a polêmica sobre o comportamento sexual dos adolescentes relacionado às pulseiras do sexo continua.
Discute-se a possibilidade da proibição do uso das pulseiras; como se a proibição pudesse frear tal prática. Se o governo junto as escolas proibir as pulseiras, certamente surgirá outro objeto simbólico.
A questão mais relevante é: O que leva os adolescentes a usarem as pulseiras do sexo? O que eles estão buscando com isso?
Estão buscando serem aceitos pelo grupo! E fica claro que a prática sexual está ligada a aceitação ou não do grupo.
Segundo Albertina Duarte, pesquisadora e ginecologista conceituada, relatos de meninas em seu consultório de 12/13 anos (note a precocidade) que se sentem excluídas pelo grupo, por não serem tão atraentes, ou por estarem acima do peso, etc, dizem que quando começaram a usar as pulseiras, os meninos que antes nem sequer sabiam de sua existência, começaram a se "interessar" por elas. Mas esse interesse súbito, só se deu pela disponibilidade que o uso das pulseiras "oferece". Ou seja, se a garota está usando a pulseira preta, por exemplo, quer dizer que ela está disponível para o sexo.
Segundo relatos das meninas pacientes da Dra. Albertina Duarte, o que elas realmente queriam era serem olhadas, notadas, com uma conotação afetiva.
Os garotos se aproximam, sem sequer saber o nome delas, muito menos "olham" para elas.
Isso significa que apesar das mudanças comportamentais que ocorreram nos últimos anos, alguns comportamentos ainda permanecem. A mulher ainda age querendo agradar o outro. Ela quer ser aceita, mas muitas vezes não está satisfeita, ou não se satisfaz com essas práticas, mas acaba agindo de maneira contrária ao seu próprio desejo para satisfazer o outro. A prática da conquista está desaparecendo, a busca pelo carinho e afeto também.
Fica a pergunta: Até quando essa prática em busca do prazer, prática mecânica, fria, sem nenhum vínculo afetivo vai perdurar? E em que isso tudo vai resultar?
Um dado importante, e ao mesmo tempo alarmante: essas relações sexuais nem sempre acontecem com o uso de preservativo. Talvez a maioria delas acontecem sem o uso do preservativo, dado a rapidez e frivolidade das relações, que geralmente acontecem em lugares que não proporcionam nenhum conforto e nem tempo suficiente para qualquer demonstração de carinho após o término. O resultado é a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis, quando não uma possível gravidez.
São muitas questões a serem levadas em consideração, questões sociais, culturais, psicológicas, comportamentais, saúde, entre tantas outras.
Mas acredito que mais importante seja a informação para esses adolescentes; Do risco de contaminação que estão correndo!
Acredito também que o comportamento dos adolescentes reflete o momento que as famílias estão vivendo atualmente.
Busca pelo prazer através do consumismo, busca do dinheiro pelo dinheiro, pouquíssimo investimento na família, nos filhos, em conhecer quem é seu filho, o que ele pensa, o que ele deseja.
O tempo dedicado a troca de afeto, a troca de idéias e informações, de diálogo, deveria ser não só de boa qualidade, mas também de maior quantidade. Pois, se dedicássemos aos filhos um terço do tempo que dedicamos buscando bens materiais e satisfação através dos mesmos, sem dúvida teríamos bem menos problemas relacionais e poderíamos ficar mais confiantes de que os filhos adolescentes estariam buscando relações saudáveis, através do afeto, e provavelmente diminuiria tal comportamento perverso dos jovens.
Os adolescentes estão dedicando qualidade e quantidade as suas relações na mesma proporção em que estão recebendo. Quanto mais rápido e menor contato "melhor". Não é necessário criar vínculos.
É ou não é reflexo do que vivenciam em suas casas?
É necessário reflexão! E mudança de atitude por parte dos adultos. Não adianta nos alarmarmos com o comportamento dos nossos filhos e querer mudá-los, sem que haja uma mudança daqueles que simbolizam o modelo primordial.
Pense nisso!!

Mês de maio. Mês das Mães.



por Cláudia Piasecki

Maio é considerado mês das mães e mês das noivas. Muitas mulheres escolhem se casar neste mês seguindo essa tradição.
Basicamente podemos considerar que é um mês dedicado às mulheres.
Quando nos referimos ao dia das mães, estamos nos referindo àquelas mulheres que na sua maioria sonharam em encontrar um grande amor e em realizar o desejo de ser mãe.
Talvez, não seja por acaso, que este mês seja dedicado à elas, pois o desejo de ser mãe está intrinsicamente ligado ao desejo de constituir uma família, perpetuar a história das famílias daquelas duas pessoas que se uniram.
Para mim, comemorar o dia das mães é comemorar duplamente o dia da mulher, as mães do século XXI, são mães arrojadas, que tem tripla jornada, sofrem grande exigência de resultados no mercado de trabalho e no "mercado" do lar também. E muitas infelizmente não têm o respaldo de um companheiro para criar seus filhos.
A mulher é aquela que assume vários papéis, que tem várias facetas, mas é claro, não podemos esquecer daqueles que também fazem o papel de mãe, sem nunca terem passado pelos nove meses de gestação, e sem nunca terem sofrido mudanças hormonais e corporais, mas que recebem com muito amor aquele pequeno ser em seus braços, que vai mudar completamente suas vidas. Existem muitos pais "modernos" que se dedicam aos filhos, a esposa, e a família de maneira como nunca vimos antes. Também não podemos esquecer que no dia do casamento, ele que parece ter um papel tão pequeno, diria eu, coadjuvante ao da esplendorosa noiva que é o centro de todas as atenções, é um "personagem" imprescindível para a construção da história de uma nova família, de um novo lar. Sim, sabemos que existe um dia dedicado à eles, os pais, mas acredito que nos dias de hoje, mães e pais devem cada vez mais dividir as tarefas, dividir às responsabilidades relacionadas à educação dos filhos e tentar encontrar um caminho de respeito que leve ao equilíbrio da família, com muito amor, é claro! Aliás, este não pode faltar. Uma relação só se sustenta através do amor, se há amor, há também respeito, admiração e o desejo de fazer o melhor.
Nesse mês em que comemoramos o dia das Mães, gostaria de deixar uma mensagem de carinho à todas as mães que amam seus filhos incondicionalmente, e a todas aquelas pessoas que num gesto de amor e dedicação adotaram crianças e criam como seus. E também à todos aqueles que fazem o papel de cuidadores desse bem tão precioso, que são os filhos. Que vão dar continuidade a nossa história.
PARABÉNS!!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eu amo, ele ama...




por Cláudia Piasecki

A forma como nos comportamos nos relacionamentos amorosos está diretamente ligada com a nossa memória afetiva, ou seja, o modelo afetivo que introjetamos durante nossa infância e adolescência. Cada pessoa está impregnada com a maneira de amar que aprendeu na sua família.
Os casais muitas vezes apresentam problemas na comunicação no seu dia-a-dia justamente porque se comportam cada um a sua maneira, com o padrão aprendido de cada um.
Geralmente essas diferenças surgem depois de um certo tempo, muitas vezes após o casamento, quando a projeção diminui, ou desaparece.
A convivência agrava tais diferenças, trazendo uma realidade por vezes nada agradável, ou seja, inicia-se a descoberta (ou a certeza do que já se desconfiava) dos "defeitos" do outro.
Acreditamos que a "nossa" forma de amar, ou aquela que aprendemos, é a melhor forma de demonstrar afeto, sem nos darmos conta da forma de amar do outro, que é bem diferente da nossa. Por vezes não respeitamos essas diferenças e queremos "impor" a nossa maneira de amar; nesse momento inicia-se uma guerra subjetiva, que pode ter consequências danosas ao relacionamento, como por exemplo, a separação do casal.
A expressão, "incompatibilidade de gênios", muito conhecida nossa, pode representar muito bem o que quero dizer, ou seja, diferentes todos somos, mas não respeitamos tais diferenças. Colocamos por vezes, a culpa no gênio "forte" do outro, ou diferente do nosso, sem percebermos que o que realmente nos prejudica é a incompatibilidade afetiva.
Quando nos apaixonamos, não nos damos conta dessas diferenças, e passamos por cima de qualquer obstáculo para permanecermos ao lado do ser amado. Mas com o tempo, e com a intimidade, passamos a notar que o ser amado não é tão perfeito como imaginávamos, e então, o que era irrelevante, torna-se quase que insuportável.
Proponho uma reflexão aos casais: casados, namorados, enamorados...conhecer a si mesmo, ou procurar autoconhecimento antes, durante e depois de qualquer tipo de relacionamento amoroso. Conhecer a si mesmo, suas dificuldades, pontos fortes, até onde vai sua tolerância, paciência, bom senso, melhorar a autoestima, é a melhor forma de iniciar qualquer história de amor, pois ao passo que você se conhece bem, pode ter um olhar diferenciado para o outro, tentando respeitá-lo e amá-lo de uma maneira saudável, abrindo espaço para conhecê-lo bem, vê-lo como ele realmente é (qualidades e defeitos), ouvindo, respeitando, sendo companheiro, e nunca combatendo, destruindo, humilhando; e sem depender afetivamente do companheiro(a), de uma forma obsessiva, como se fosse sucumbir sem a companhia dele. Já ouviu aquela famosa frase? “Sem ele(a) eu morro”!
Para que os relacionamentos sobrevivam, é necessário criar um padrão próprio do casal, o que costumo chamar de "terceiro padrão", que não está atrelado exclusivamente ao padrão da família "dela", e nem exclusivamente a família "dele". O terceiro padrão é aquele que o casal começa a construir no momento em que se conhece, um padrão que vai dar ao relacionamento a "cara" do casal, que vai agregar valores positivos, como: companheirismo, liberdade de expressão, segurança.
O terceiro padrão, visa a união do casal e não segregação. O amor é uma relação interpessoal, estou me relacionando com alguém, e não com alguma "coisa".

Cláudia Maria Piasecki
CRP 08/10847

A vida é deles, não é?






Quando nossos filhos tornam-se adultos, amar significa nunca lhes dizer "Bem que eu avisei!", e sim achar um novo modo de relacionar-se com eles. Esse é o conselho de uma mãe que já passou por isso.

Você tenta educar seus filhos para serem independentes, e passa o resto da vida se preocupando enquanto eles exercem a independência deles.
É verdadeira essa informação? Sim e não. Uma certa apreensão é inevitável e razoável-- do tipo da que começa quando nossos filhos atravessam a rua sozinhos pela primeira vez. Mas chega uma hora em que tudo o que temos para oferecer-lhes é uma espécie de rede de proteção à distância.
O que significa isso?
Muitos pais não hesitam em ajudar filhos adultos numa crise, especialmente se acham que eles não tiveram culpa pelo que aconteceu.
Do modo como criamos, não foi mesmo "culpa" deles. Embora tenhamos herdado de nossos pais valores sobre economia e prudência, por exemplo, educamos nossos filhos segundo um credo menos rigoroso.

EXPERIÊNCIA NÃO SE TRANSMITE

Pensamos ser mais próximos de nossos filhos em atitudes, crenças e estilo de vida do que éramos de nossos pais.
Minha filha e eu parecemos contemporâneas de uma maneira que eu e minha mãe nunca fomos. Minha mãe viveu a vida toda com um único homem, e foi exclusivamente esposa e mãe. Eu e minha filha Jenny temos uma carreira. Nossos valores políticos e estilo de vida são bastante semelhantes, apesar dos 26 anos entre nós.
Levei muito tempo para perceber que são justamente esses 26 anos que fazem toda a diferença. Tanto minha filha como eu somos a Nova Mulher, mas ela é mais nova que eu e isso é relevante. Sob os pontos de vista econômico, social, sexual e profissional, o mundo em que Jenny cresceu e onde vive até hoje é diferente do meu, como o meu era diferente do de minha mãe. E quando, como adulta, ela toma decisões sobre carreira, casamento ou saúde, me irrito ao descobrir o quanto é difícil não interferir, sobretudo se acho que são erradas. A distância entre gerações é real. Somente aceitando esse fato é que podemos cruzar a distância que existe entre nós. E entender que eles, bem como nós, vão ter que aprender por experiência própria.
Os filhos de hoje estão se casando mais tarde que nós, divorciando-se mais depressa, gastando mais em bens supérfluos, permanecem mais tempo estudando e concorrendo a empregos numa economia difícil, que os remunera abaixo do valor do mercado. Assim, muitos voltam aos braços maternos. O filho que volta não é o mesmo que saiu. Ele tropeçou no começo da vida adulta, está desiludido e desapontado. Quer ser cuidado. Sabe que já deveria ter rompido os laços com você, mas sente-se autorizado a usar tudo o que é seu, o que deixa brava quando permite e culpada se não permite.
Muitos de nós demos aos filhos não apenas o que eles precisavam, mas o que queriam.
O que o filho adulto que volta para casa precisa é de empatia, encorajamento para desenvolver confiança e respeito pela sua autonomia. E o que nós precisamos enquanto eles estão debaixo do nosso teto? Que entendam que a casa é nossa, não deles, não interfiram na nossa vida e nos comuniquem uma data estimada de partida.

SE ELES DEMORAM PARA ACERTAR

A idade em que se amadurece difere de uma pessoa para outra. Às vezes, a mesma pessoa amadurece rápido numa área e custa a crescer em outra. Sua filha pode ter construído uma ótima relação afetiva, mas demorar a acertar-se num emprego. Seu filho pode ser um excelente cientista, porém mostrar-se incapaz de organizar sua vida financeira ou relacionar-se com uma mulher.
Os jovens vivem uma fase de experimentações, e o que os motiva são dois impulsos antagônicos: o desejo de construir uma estrutura para o futuro e o medo de errar em suas escolhas. Quando não concordamos com suas prioridades ou não permitimos que escolham seu caminho, estamos lhes roubando a chance de moldar suas vidas.
Diz um velho provérbio judeu que "filhos pequenos perturbam nosso sono; filhos grandes, nossa vida". Você só será capaz de deixá-los ir quando amá-los sem condições e quando realmente aceitar que as responsabilidades e direitos deles são iguais aos seus. Do contrário, continuará se preocupando e seu filho continuará sendo uma eterna criança.
Esse tempo já passou. E se você quer uma relação para o resto da vida com a pessoa que ele é, deve abandonar os rótulos e encontrar outra forma de se relacionarem.
por Jane Adams
escritora americana

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Resgate de valores



Por Cláudia Piasecki

Urgente! Alguém viu o respeito por aí? Sumiu! Desapareceu!
Brincadeira à parte, é essa sensação que tenho tido, já há algum tempo.
O respeito é um valor imprescindível para o ser humano viver em "paz" na sociedade; mas parece que anda um pouco esquecido, ou "fora de moda". A onda agora é cada um por si; o outro?
É a lei do “dane-se” !
Respeita o teu próximo como a ti mesmo...
Suspeito que essa "lei" tem sido ignorada nos últimos tempos.
Aonde nascem os valores que carregamos pelo resto da vida? Resposta: FAMÍLIA!
A família pede resgate!
O resgate de valores como o respeito se inicia na família, e continua na escola.
Pare, olhe e observe o comportamento das crianças, adolescentes e jovens de hoje. É o caos! Os pais não estão sabendo lidar com os filhos. Pagam para não se incomodar! Não conversam mais; a educação se dá através do cartão de crédito. Basta o filho choramingar, reclamar: "toma filho, compra um tênis novo (computador, vídeo game, etc) que passa"! Na realidade o que a criança, ou adolescente deseja é atenção, carinho, cuidado e limites. Valores são transmitidos com amor, afeto, não pela via do material, dinheiro.
Imagino daqui uns cinco ou dez anos no máximo (ou agora em tempo real), os consultórios de profissionais psi, abarrotados pelos jovens de hoje, tentando "resolver" suas questões, procurando adequar seus afetos no divã, pela falta de atenção, limites e valores, que não receberam de seus pais.
Bem, essa é a saída saudável para resolver conflitos, mas infelizmente existem outras “saídas” bastante perigosas, como uso de drogas, que é um comportamento de autodestruição.
Valores tão simples, velhos conhecidos nossos, são a base mais importante e sólida para a constituição de um indivíduo ou cidadão, por isso pedem resgate.
Gostaria de deixar um alerta e um pedido de reflexão sobre o tema; para quem tem filhos e para quem pensa em tê-los. A responsabilidade de criar uma criança que no futuro será um adulto (nos moldes daquilo que introjetou no ambiente familiar) é muito grande.
Exige comprometimento, amor, tempo de qualidade e limites.
Família saudável. Sociedade saudável.

Cláudia Maria Piasecki
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br

Magreza é virtude?



Vivemos sob a ditadura da magreza: ser magro é tão importante quanto ser honesto. Mas a regra, claro, só vale para o sexo feminino. Será que um dia voltaremos a comer sem culpa?

Ontem comi um doce de leite com queijo. Anteontem tomei sorvete. E, entre uma e outra sobremesa, temperei minha vida com duas fatias de bolo de coco. Enquanto desfrutava do sabor maravilhoso do doce, do sorvete e do bolo, tentei me lembrar de como é comer o que existe de mais gostoso sem sentir culpa. Não consegui. Aquela felicidade plena, aquela sensação maravilhosa de saborear um doce que se ama sem pensar em mais nada, sem sentir nada além daquele sabor, foi riscada do cotidiano das mulheres.
No dicionário feminino, o verbete "prazer" vem sempre acompanhado da palavra "culpa"-- pelo menos quando se fala de alimentação. Antigamente, nós, mulheres, não podíamos ter apetite sexual. Hoje não podemos ter apetite, ponto final. É por isso que eu sempre brinco que nos tiraram do Bangu 1 e passaram para Bangu 2. O endereço da cadeia mudou, mas continuamos prisioneiras. Antes era a moral que nos aprisionava. Hoje é a estética.
Estive na Índia recentemente e passei um bom tempo lendo a seção "Matrimonials" dos classificados dos jornais. No país onde a imensa maioria dos casamentos ainda é arranjada pelas famílias, os pais recorrem aos classificados para procurar seus futuros genros e noras. Eles descrevem o filho ou a filha que vai se casar como a mais perfeita das criaturas (claro), mas em contrapartida exigem uma série de predicados dos candidatos a entrar para a família. O processo todo é muito curioso, por causa das diferenças culturais. A questão da casta, por exemplo, ainda pesa muito. Mas o que mais me chamou atenção nesses classificados foi justamente um ponto de coincidência com nossa cultura: a valorização da magreza feminina. Quase todos os pais exigem que a futura nora seja magra. Num país em que o índice de obesidade deve ser insignificante, a exigência é ainda mais surpreendente. E ela reproduz um conceito que nossa cultura já conhece bem: a magreza como virtude.
Ser magro, hoje, é tão importante quanto ser honesto. Aliás, vamos passar a frase para o feminino: a magreza nas mulheres hoje é tão valorizada quanto a honestidade.
Sim, porque nos homens a magreza é apreciada e admirada. Mas, se eles forem cheinhos, a gente perdoa. O que nossa cultura não aceita é a mulher acima do peso, e o peso em questão é ela, a própria cultura, que define. Se a mulher não é magra, ela pelo menos tem que mostrar que se esforça 24 horas por dia para emagrecer. Se não luta contra os quilos, é vista como fraca, desleixada, indisciplinada, ou seja, o julgamento estético ganha em caráter moral.
De volta ao começo? Mais uma vez a moral nos aprisionando?
Não é à toa que as mulheres hoje sobem na balança da mesma forma com que se ajoelhavam nos confessionários de antigamente: cheias de ansiedade e medo. Temem ser julgadas e punidas por seus excessos, não mais da alma, mas do corpo. É por isso que, quando vamos comer algo que engorda, a gente diz: "Eu mereço!". Ou seja, estou em dia com os meus deveres, e por isso posso cometer essa pequena transgressão. É por isso, também, que os pais indianos listam a magreza da futura nora ao lado de predicados como séria e trabalhadora. Ser magra passou a ser uma virtude valorizada tanto na esfera social e no mercado de trabalho quanto no mercado matrimonial.
Saudades de Bangu 1? Não precisamos chegar a tanto. Nem a prisão da alma, nem a prisão do corpo. Além dos melhores bolos e dos melhores sorvetes, nós, mulheres, merecemos um mundo sem qualquer tipo de prisão.
Leila Ferreira.
Jornalista e escritora.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sexo : Produto de consumo




Este tema intrincado, permeado de tabus e na grande maioria das vezes tratado com humor, tem sido evitado em sua profundidade. Continua sendo um ‘não dito’, embora inevitavelmente sentido em sua problemática constituição subjetiva. Freud investigou as causas e desdobramentos das neuroses como pensamentos e desejos reprimidos, conflitos sexuais referentes aos primeiros anos de vida, ou seja, na fase da infância, os quais marcam o indivíduo na estruturação da personalidade, aparecendo como sintoma na vida adulta. Esse conceito teve grandes repercussões na sociedade da época, na qual a repressão sexual era a principal causa das histerias. Estava, então, formada a teoria da sexualidade, postulada com o processo psicossexual e dinâmicas inconscientes.
Os tempos são outros, mas o ser humano continua o mesmo. A sociedade atual, bem como as transformações que ela exige, apenas passa a impressão de ter excluído os “arquivos secretos”. Os apelos sexuais estão escancarados na mídia. É como se “não tem sexo, não tem graça”, porém, como existem transições no desenvolvimento sexual, existem também inúmeros conflitos que dão origem a neuroses que, se podem dizer também, adaptadas à vida moderna. Indivíduos que não sabem lidar com as distorções dos meios de comunicação e com problemas existenciais marcados pela insuficiência de um desenvolvimento sexual satisfatório, embarcam nessa onda e são devorados por ela. A exposição, o narcisismo, o excessivo culto ao corpo, o desejo da perfeição, da beleza, da eterna juventude passam longe dos limites da vida saudável! Tudo pelo desejo insano de seduzir, de ser visto, desejado, consumido pela aparência e tornam-se verdadeiros “produtos de consumo”, quando a essência já se esvaiu ou nunca existiu.
Beleza é fundamental! Mas, com todo respeito à arte e ao nosso querido poeta Vinícius de Moraes, será que quem não possui certos atributos naturais deve ser jogado num depósito imaginário, ou nem tanto, de excluídos? Dentro de uma veia também poética, a beleza está nos olhos capazes de enxergar a alma!
O que ressalto aqui são os excessos que são os comportamentos patológicos. As compulsões que tentam esconder sentimentos de medo do desamparo e da solidão, enquanto, envolvidos nesse lúdico do hedonismo, as pessoas não se dão conta de que suas fragilidades se constituem nas relações primordiais. O que o indivíduo busca é nada mais que o reencontro com um elo perdido. Tanto que o que “consome” ou o que é “consumido” estão envoltos e entrelaçados pelo sintoma e por um ciclo difícil de ser interrompido, pois há a perpetuação da desestruturação passando para as gerações seguintes.
Pessoas fogem de sua dor de existir, na busca incessante de relações vazias, efêmeras, fazendo do sexo patológico – escudo para presumir que estão vivos pelo simples fato de serem desejados e isso denota pelo menos dois medos, o de morrer e o de ser feliz. É um vale tudo que distancia cada vez mais o equilíbrio, a sensatez. Ereções químicas, orgasmos produzidos ou simulados, tudo ensinado em cursos de sedução, como se o ser humano necessitasse de um manual ou de receitas para sensações e para a felicidade. É uma busca pelo estado de consciência alterado que o orgasmo proporciona, porém, como não é possível mantê-lo, a compulsão compensa pela repetição, alimentando o ciclo do prazer temporal, frustração e depressão.
A sexualidade está presente em todas as fases da vida. É energia vital, mas como reverter os atuais padrões que se chocam com a verdadeira natureza do homem sem rasgar o pano de fundo do exagero, sem expor componentes patológicos do exibicionismo, voyeurismo, narcisismo e tantos outros comportamentos perversos, nocivos, antissociais e até criminosos?! Se em outros tempos a repressão causava danos, hoje a trivialidade, a comercialização do erotismo, é responsável por neuroses adaptadas à modernidade. A erotização infantil é um verdadeiro crime! O homem se perdeu em seu contexto ético.
Realmente não há mais necessidade de arquivos secretos. Mas, há sim necessidade de relações saudáveis, de envolvimento, admiração, respeito, cumplicidade e descobertas do quanto o sexo é infinitamente bom quando vai além do físico; o quanto o sexo está ligado a beleza da realização de dois corpos, duas almas e dois corações num compasso uníssono e o quanto isso tudo é essencial. Romantismo? Talvez! Mas não em excesso! A sugestão é o equilíbrio, a reflexão, o senso crítico!
Segundo Freud: “A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana.” E ainda: “É preciso amar para não adoecer.”
Se o amor for extinto, a humanidade corre o risco das ações do instinto.
Ainda há tempo!

Ana Maria Ferreira de Paula- 20/04/2010
Psicóloga Clínica.
Rua: Jorge Mansos do Nascimento Teixeira,210. Sala 01.
3398-9315. São José dos Pinhais.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Foi um sucesso!


O Coquetel da 31º Edição da Revista Autoestima, da minha querida amiga Yumi Okamura foi um SUCESSO!!
Festa alegre, animada, preparada com muito carinho por Yumi e seus colaboradores para receber seus amigos e convidados que prestigiaram a festa com muito prazer.
Parabéns Yumi! Sucesso sempre!
Não deixe de acessar o site: www.revistaautoestima.com.br e confira a edição digital da revista.

Individualidade versus Solidão


Um leitor levantou uma questão sobre o tema individualidade, assunto esse que tratei em artigo publicado no Blog. Relacionamento. Tempo de mudanças.
Disse:"Devemos tomar cuidado, pois, individualidade demais pode levar à solidão."
Na verdade, defendo a individualidade saudável, onde conseguimos preservar nossa identidade, um tempo só nosso, tempo esse que julgo ser uma conquista.
Quando falo em individualidade, me refiro também a não depositarmos numa outra pessoa todas as expectativas de sermos felizes, ou seja, posso ser feliz independentemente de ter alguém. E não é interessante criarmos uma relação de dependência, onde "me perco" sem o outro, ou perco a identidade longe de meu par afetivo.
O ser que lida bem com a sua individualidade é um ser inteiro.
O que é a solidão?
A solidão é um sentimento que está associado à momentos de tristeza, melancolia, sofrimento, vazio. Mas, na realidade a solidão pode nos acometer mesmo quando estamos rodeados pela família, amigos, namorado(a), esposo(a). Vivemos momentos de solidão, bem como momentos de completude, de alegria, de felicidade.
O ideal é criar laços afetivos duráveis e verdadeiros. Investir nas relações pessoais, e tentar resolver os conflitos, ao invés de fugir deles. O medo de encarar a realidade muitas vezes nos leva a solidão, pois nos afastamos das pessoas numa tentativa de nos afastarmos do conflito, acontece que o problema só aumenta; aumentam também à distância, a falta de diálogo e de afeto, e diminui a possibilidade de resolver o conflito.
Encarar os problemas que advém das relações pessoais, pode ser uma tarefa difícil, por vezes dolorosa, mas criar mecanismos de defesa, ou, ignorar as questões conflituosas é muito pior.
Melhor mesmo é o equilíbrio entre preservar a individualidade, sem é claro confundí-la com egoísmo, e investir nas relações para ter com quem contar nos momentos difíceis, e com quem festejar os momentos felizes.
A relação a dois deve ser baseada na parceria e no companheirismo, mas não devemos nos esquecer, que não somos donos do outro. Se quero respeito, também devo respeitar.
por Cláudia Piasecki.
cmpiasecki@bol.com.br

Pulseiras do Sexo


Dia desses, eu estava assistindo um programa de televisão onde o tema discutido era: pulseiras do sexo.
Vários convidados, entre eles personalidades do cenário político, uma psicóloga e uma pedagoga debateram sobre o assunto.
Acredito que o tema é bastante relevante e merece realmente a nossa atenção.
Na verdade, penso que o problema propriamente dito, não seja necessariamente as pulseirinhas coloridas, com significados sexuais. O que realmente deve ser discutido é o comportamento dos jovens e adolescentes.
Os símbolos fazem parte do contexto da sociedade. Usamos os símbolos como forma de comunicação. As pulseiras do sexo estão comunicando uma forma de comportamento entre os jovens.
A polêmica surgiu à partir do momento em que algumas jovens estudantes que portavam as pulseiras sofreram abuso e violência sexual.
É provável que o fato das estudantes estarem usando as pulseiras, tenha aguçado o ato violento, mas nada justifica tal violência.
Na verdade, os crimes sexuais violentos cometidos contra a mulher e contra crianças, não tem sido punidos de maneira eficaz. Geralmente quem comete o ato de violência, nem chega a ser reconhecido, como foi o caso da garotinha Raquel, sexualmente violentada e brutalmente assassinada, que teve seu corpo depositado dentro de uma mala e deixado na rodoviária de Curitiba, sem que ninguém percebesse absolutamente nada. Até agora o assassino não foi encontrado.
Temas como esse, merecem uma reflexão mais profunda. Merecem ser debatidos seriamente pela sociedade.
A sociedade deve estar atenta às mudanças comportamentais que têm ocorrido nos últimos tempos entre os nossos jovens. Não podemos ficar alheios a esses acontecimentos.
A responsabilidade, na minha opinião, é principalmente da família, que deve observar, orientar e acompanhar seus filhos. Os pais são responsáveis pela educação informal, que é tão importante quanto a educação formal que é constituída na escola.
Não devemos "terceirizar" a educação de nossos filhos.


cmpiasecki@bol.com.br

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Perdas e Ganhos


A vida não tece apenas uma teia de perdas, mas nos proporciona uma sucessão de ganhos.
O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar.
Somos autores de boa parte de nossas escolhas e omissões, audácia ou acomodação, nossa esperança e fraternidade ou nossa desconfiança. Sobretudo, devemos resolver como empregamos e saboreamos nosso tempo, que é afinal sempre o tempo presente.
Se viver sozinho já é duro, viver em família pode ser onerado e oneroso. Sofremos com a falta de dinheiro e tempo. Sofremos com a precariedade dos laços amorosos. Sofremos com a necessidade de suprir cada vez mais os mandatos do consumo. Sofremos com o pouco espaço para diálogo, ternura, solidariedade dentro da própria casa. Principalmente, não temos tempo ou disponibilidade para o natural exercício da alegria do afeto.
Não defendo os pais vítimas, que "por amor aos filhos" desistem de sua própria vida. Não admiro a mãe sacrificial que anula sua personalidade com a mesma alegação, para no fundo culpabilizar os filhos e lhes cobrar o que lhe "devem" e até o que "não devem".
Atrás e a frente de cada casal humano estende-se uma longa cadeia de erros e acertos geradores de humanidade.
Ensinamos aos nossos filhos que são belos e bons, que são príncipes do espírito...fazemos com que se sintam uns coitados, uns estorvos, motivo de preocupação e desgaste, de brigas e de arrependimento, lançados numa aventura fadada ao fracasso?
Criamos almas subalternas se podíamos criar almas livres?
Para que nossos filhos tenham boa autoestima é necessário passar uma visão positiva, não cor-de-rosa ou irreal, significando confiança. Capacidade de alegria busca de felicidade, crenças.
Mudanças produzem ansiedade. Sair do emprego, enfrentar pai e mãe opressivos, romper um relacionamento amoroso que me diminui ou amarga. Sair do estabelecido e habitual, mesmo ruim, é sempre perturbador.
O desejo de ser mais livre é forte, o medo de sair da situação conhecida, por pior que ela seja, pode ser maior ainda. Para nos reorganizarmos precisamos nos desmontar, refazer este enigma e descobrir qual é, afinal, o projeto de cada um de nós.
Amadurecer auxilia na tarefa de ver melhor a realidade, e não é uma catástrofe. Ler ajuda. Abrir os olhos para o belo e positivo ajuda. Amar e ser amado ajuda. Terapia ajuda.
O bom humor é uma qualidade atraente e uma atitude sábia. Não se trata de sarcasmo, de divertir-se à custa de alguém, mas de rir de si mesmo na hora certa, respeitar-se e amar-se, mas não se julgar sempre injustiçado e agredido.
É importante não correr para os braços do outro fugindo da chatice da família, da mesmice da solidão, do tédio. É essencial não se lançar no pescoço do outro caindo na armadilha do "enfim nunca mais só!" Porque numa união com expectativas exageradas decreta-se o começo do exílio.
"Se você ama alguém, deixe-o livre".
O espaço entre opressor e oprimido é um vazio.
Laços podem ser reconstruídos, remendados ou cortados. O corte se faz com mais ou menos generosidade, carinho ou hostilidade e raiva sempre com dor. Porém nenhuma união deveria ser a sentença definitiva de aniquilamento mútuo dentro de uma jaula.
A cada transição executamos nossos rituais, perdemos alguns bens e ganhamos outros, alguns duramente conquistados.
A vida não está aí apenas para ser suportada ou vivida, mas elaborada. eventualmente reprogramada. Conscientemente executada.
Não é preciso realizar nada de espetacular.
Mas que o mínimo seja o máximo que a gente conseguiu fazer consigo mesmo.

Texto extraído do livro: Perdas e Ganhos da escritora
Lya Luft