segunda-feira, 28 de junho de 2010

BULIMIA



por Cláudia Piasecki

A bulimia é uma doença com causas multifatoriais; são fatores genéticos, psicológicos, físicos, familiares, entre outros.
É um distúrbio alimentar, geralmente atrelado a ansiedade, insatisfação com o corpo, distorção da imagem corporal.
Na bulimia estão presentes a baixa autoestima, problemas de ordem neural, depressão (a depressão está presente em cerca de 50% a 75% dos casos).
A pessoa com bulimia, quando em crise (BINGE) pode ingerir até 14 mil calorias. É claro que essa ingesta exagerada traz consigo um extremo sentimento de culpa, originando no indivíduo bulímico um comportamento "purgativo", ele tenta se "livrar" daquilo que ingeriu em excesso. Abusam dos medicamentos de efeito purgativo. Muitas vezes pode fazer exercícios físicos de forma compulsiva.
Geralmente o bulímico, ao contrário do anoréxico, demonstra que tem fome, e está sempre um pouco acima do peso. Tem conhecimento vasto sobre nutrição, sabe quantas calorias tem cada alimento que ingere.
Um comportamento habitual do bulímico é fazer as refeições longe das pessoas da família, muitas vezes se alimenta em seu quarto, tem por hábito esconder comida.
É um transtorno difícil de ser observado no convívio social ou pela família, pois diferente da anorexia, na bulimia não se observa emagrecimento excessivo, pelo contrário; e geralmente os quadros de comer compulsivo acontecem longe dos outros. O anoréxico, não se alimenta, e a magreza pode ser notória; se pesa várias vezes por dia, faz exercícios regularmente. As conseqüências da anorexia são muito graves: lesões cardíacas e prejuízos cerebrais por causa da desnutrição, unhas e cabelos quebradiços, menstruação interrompida, pele seca e amarelada. Cerca de 20% dos pacientes anoréxicos morrem por parada cardíaca, inanição ou suicídio (quando a anorexia vem associada com depressão).
Os casos de bulimia podem se estender por muito tempo sem que o indíviduo bulímico busque ajuda, podendo dessa maneira agravar o quadro. O que complica as coisas é que a maioria das vítimas não se considera doente e evita assumir o problema diante dos outros. Geralmente busca ajuda profissional pela depressão, a realidade do distúrbio alimentar só "aparece" depois de algum tempo de tratamento.
Quanto mais cedo for descoberta e aceita a doença melhor. Geralmente envolve tratamento multidisciplinar (médico, psicólogo/psiquiatra, nutricionista) e o uso de medicamentos.
Paciência e persistência são fundamentais, tanto para o paciente quanto para seus familiares.
É necessário observar e estar atento a qualquer mudança de hábito ou comportamento das crianças e dos adolescentes, que pode ser bastante sutil no começo.
A maior incidência do distúrbio se dá em mulheres ainda na adolescência, mas pode acometer pessoas na fase adulta.

Cláudia Maria Piasecki.
Psicóloga Clínica.
CRP 08/ 10847
cmpiasecki@bol.com.br