sábado, 16 de março de 2013

O medo ameaça as relações

por Cláudia Piasecki
Já escrevi vários artigos sobre amor, namoro, relacionamento, e leio muitos artigos, matérias e livros sobre o assunto. Amor e relacionamento são temas sempre muitos freqüentes no nosso cotidiano. Quando falamos de comportamento humano rapidamente chegamos nesse assunto, que acaba sendo sempre polêmico. O ser humano evoluiu, mudou, e a cara dos relacionamentos também, sem contar as diferentes culturas que possuímos e a forma como cada uma enxerga ou vivencia o amor. Cada vez que escrevo sobre amor e relacionamento tento pensar sobre o momento mais atual possível, trazer a realidade que está mais próxima. Em minhas últimas reflexões sobre o assunto chego a concluir que o ser humano está cada vez mais carente de amor e paixão e está paradoxalmente caminhando em direção contrária de vivenciar uma experiência amorosa. Apesar de toda a tecnologia a nosso favor através das redes sociais facilitando comunicação e encontros. Mas será que a razão de toda essa dificuldade não está mesmo dentro de cada um de nós? Como percebemos o outro? Será que não falta um pouco mais de naturalidade nas relações interpessoais? No momento em que reflito sobre esse tema percebo que o homem está refém de seus medos, e que o medo já invadiu esse espaço onde antes apenas tentávamos encontrar satisfação e felicidade. Hoje temos pânico de nos relacionar, talvez até, é claro, pelo medo de perder aquilo que nos faz bem, então o medo se instala dando espaço a desconfiança e incredulidade de que aquela história pode dar certo. Pronto! Basta esse movimento para que a naturalidade se perca. O ser humano é movido pela razão e pela emoção. Penso que apesar de milhares de anos de história e evolução ainda estamos longe de encontrar equilíbrio entre esses dois fatores tão importantes. As pessoas que conseguem esse feito estão desfrutando de relações reais, satisfatórias, ou seja, naturais, pois é natural que o ser humano busque alguém para compartilhar, inclusive existem estudos que apontam resultados muito interessantes sobre relações de parceria, tais relações trazem mais tranqüilidade, confiança e menos doenças físicas ao casal, essas pessoas sofrem menos de doenças cardíacas por exemplo. É claro que essas relações tem problemas...mas, saber que nos momentos de adversidade você pode contar com alguém que te ama, te respeita, que é parceiro de verdade, isso traz mais segurança. O que vemos atualmente são pessoas buscando se relacionar, mas com muito medo de se machucar, de se frustrar, ninguém quer vivenciar o lado amargo do amor, que é a separação. Nós seres humanos só amadurecemos nos colocando a prova, ou seja, vivendo a realidade, nos permitindo ser felizes, da mesma forma vivendo as perdas as desilusões, as frustrações. É impossível evitar! Se evitamos vivenciar tais emoções por medo, mais tarde vamos sentir um forte arrependimento. Como diz aquele velho ditado: "Nunca é tarde para recomeçar, ou começar...". Concordo, mas muitas vezes boas oportunidades podem não se repetir, e aquela pessoa incrível que você conheceu mas, que bateu aquele medo de se entregar e você não teve coragem de seguir adiante dando uma chance a si mesmo...aquela pessoa pode não estar mais disponível, e aí a frustração será muito maior e mais intensa. Uma última reflexão: Mais importante que se preocupar se a relação vai ou não dar certo, se aquela pessoa é a pessoa para a vida toda, é com certeza viver, deixar a coisa acontecer, ser natural. Deixar fluir a emoção não perdendo a razão! ____________________________________________________________________ Cláudia Maria Piasecki Psicóloga Clínica CRP 08/10847 9856-8944 www.claudiapiasecki.blogspot.com

Encontros impossíveis

por Cláudia Piasecki
Desde os tempos mais remotos o ser humano sempre esteve em busca de aconchego, de afeto, de compreensão, admiração, de ser olhado, percebido, e amado. Essa busca é materializada pelo encontro amoroso, e é feita por todos nós, pois, como sugere a psicanálise, estamos em busca do "objeto perdido". Estamos numa época onde o encontro amoroso está cada vez mais escasso, no lugar do amor de investimento, de vínculo percebemos que a maioria das pessoas está em busca de relacionamentos passageiros, onde não é necessário se preocupar com o outro, pois presume-se que o outro também não deseja investir, ou construir um vínculo. O enamoramento está sendo sepultado, o romantismo, este é tachado de caretice, coisa de gente "grudenta". Mesmo assim, com toda essa aparente "frieza", essa falta de cuidado com o sentimento do outro (o que conta é a vontade, se quero ficar com alguém, não significa que amanhã essa vontade permanecerá, pois amanhã posso conhecer alguém diferente e não menos interessante) a grande maioria ainda anseia pelo encontro amoroso. Conhecer "aquela pessoa". Os tempos mudaram e os costumes também, a mulher é mais livre e bem como o homem está no "mercado relacional" com uma grande gama de possibilidades, e quando se tem várias possibilidades de escolha, o sentimento de solidão só aumenta, ao contrário do que a ideia de quantidade sugere, e o encontro amoroso torna-se impossível. Costumo dizer que tenho uma "teoria", as mulheres por mais que pareçam desinteressadas, ou "descoladas", "bem resolvidas", estão sempre dispostas a criar vínculo e namorar e/ou até casar. Quando uma mulher conhece um homem que lhe interessa de forma especial, por uma série de peculiaridades, ela estará sim disponível para o amor. Recentemente assisti ao filme "Amizade Colorida", com Justin Timberlake. Na trama o casal de amigos decide ter uma amizade com "benefícios". É claro que acabam se apaixonando, pois descobrem ter várias afinidades. Como o combinado era serem apenas amigos, (pois ambos já tinham passado por histórias de amor frustradas e não queriam mais sofrer) decidiram cada qual tomar seu caminho e conhecer alguém para namorar, mas aí já era tarde demais, estavam apaixonados. Para exemplificar "minha teoria", na história do filme é ela, que demonstra primeiro que não quer mais ser só amiga com "benefícios", se mostra interessada em compromisso, não que ele não esteja, mas ele cumpre aparentemente o combinado. Ela se sente usada e não compreendida, como na vida real acontece com a maioria das mulheres, que não entendem porque aquele rapaz bonito e gentil não liga mais para elas depois de dois ou três encontros. Os encontros amorosos estão cada vez mais difíceis de acontecer porque as pessoas estão muito individualistas e com medo de perder sua liberdade, e também porque as pessoas são extremamente narcisistas, querem alguém à sua altura e medida, ou seja, não aceitam as diferenças. Vão logo querendo mudar aquilo que incomoda e atrapalha no outro. Ora, Narciso não morreu justamente porque se apaixonou pela sua própria imagem (o Narciso se lança a si mesmo, e isso é mortal)? Não existe no indivíduo (o Outro), uma unidade que se compare ao "eu". Procurar o Outro é aceitar o Outro na sua diferença. Quando eu procuro a metade, procuro a mim mesmo. Nas relações amorosas procuramos "o ideal", mas sabemos que o ideal não existe, sendo assim, estamos infelizmente fadados a ter um final como o de Narciso (morrer simbolicamente para o enamoramento). Como diz Caetano Veloso em sua música "Sampa" : "...é que Narciso acha feio o que não é espelho...". Devemos tentar exercitar a empatia no amor, e não a destruição da imagem do Outro para o nosso deleite. Segundo Flávio Gikovate o anseio amoroso é muito simples: visa apenas ao estabelecimento de um vínculo sólido e sereno com outra pessoa, que, hoje, é escolhida para esse papel pelo próprio interessado. É possível ser livre, viver sua individualidade de forma saudável e usufruir de um encontro amoroso satisfatório e também saudável. Mas é claro, primeiro temos que estar dispostos a isso, e segundo temos que agir de acordo com nossas convicções, sem olharmos muito para os lados, pois os amigos, e as pessoas em geral, sempre tem um "conselho", ou uma ressalva quanto ao(a) seu (sua) companheiro (a). A pergunta que eu faço é: Você está feliz? Respondo: Então, siga em frente. Seja sozinho, ou acompanhado. ___________________________________________________________________ Cláudia Maria Piasecki Psicóloga Clínica CRP 08/10847 9856-8944 www.claudiapiasecki.blogspot.com

O vício da paixão

por Cláudia Piasecki
A paixão quando acontece nos surpreende com uma série de sensações que mal podemos controlar. Queremos estar perto do objeto da nossa paixão o tempo todo, tentamos controlar cada passo; a distância é um suplício, todos os encontros são de trocas intensas. Perde-se a razão, a fome, o sono. Mas, com o tempo tudo volta ao normal. Há, porém quem se vicie na euforia que esse sentimento provoca, como se fosse uma droga. A ciência explica a paixão como um estado mental que faz o cérebro liberar substâncias que transmitem sensação de prazer. Segundo Sigmund Freud, a paixão é uma forma de complementar o que falta em nós mesmos, ou seja, o que denominamos projeção. Projetamos em alguém aquilo que não temos, o objeto da nossa paixão é um ser aparentemente sem nenhum defeito, é aquela pessoa que chegou para nos salvar. Em sua origem semântica, a palavra paixão representa sofrimento pathos, do grego, e passio, do latim, significa suplício, tortura. A paixão se transforma em vício no momento em que a pessoa apaixonada não consegue retornar a normalidade após algum tempo, recobrando a razão, ela vive com intensidade esse sentimento, talvez por fragilidade, ou carência emocional, se tornando dependente da adrenalina da paixão. Segundo o psicólogo americano Albert Wakin esse estado patológico da paixão chama-se limerância. Ex-aluno de Dorothy Tennov--que cunhou o termo no final da década de 70 no livro Love and Limerence: The Experience of Being in Love (Amor e Limerância: A Experiência de Estar Apaixonado, sem edição em português)--, ele diz que a limerância é quando alguém fica preso na paixão. "É um estado quase psicótico, que debilita a razão, aliena. A pessoa não consegue sair dele e esse é o maior problema", diz. "Esse sentimento instável e insaciável provoca, inclusive, sintomas físicos semelhantes aos da síndrome do pânico e da depressão." Na visão da psicóloga Rosely Teixeira Gomes, a limerância é o estado da paixão levado ao extremo. "Não é mais quando você tem o desejo, mas quando o desejo te tem. É ficar escravo, perder o controle", diz ela. Ainda não se sabe o que realmente desencadeia esse estado doentio da paixão, segundo Albert Wakin, não há um padrão de comportamento. "O que sabemos é que uma pessoa pode ser perfeitamente capaz de ter relações saudáveis durante a vida, e, por algum motivo desenvolver a limerância com um parceiro específico", afirma. Wakin coordena estudos do cérebro para determinar se existe alguma alteração neurológica que justifique o comportamento. Para Rosely Gomes, esse desarranjo pode ser um sintoma da nossa insistência em perseguir incansavelmente um sentimento de felicidade que não existe. "Em vez de ficar presa a alguém, a pessoa fica presa à sensação de bem-estar que aquele estado provoca. O apaixonado vive um completo deslumbramento pelo outro e não quer perder essa sensação." Para a psicanalista Betty Milan, autora do livro Quem Ama Escuta, hoje o desejo de compromisso é muito mais presente do que na geração anterior--o que explica parte da pressão para encontrar um parceiro. Segundo a psicanalista, não é verdade que os jovens de hoje trocam de parceiros porque são intolerantes ou imediatistas. "O principal problema é a excessiva idealização do que uma relação representa na vida", diz Betty. As pessoas buscam uma relação dentro do seu ideal de perfeição, e um parceiro que se enquadre nesse ideal, para desta maneira mostrar para os outros que é bem resolvida. Sabemos que não existe relacionamento perfeito, nem pessoas perfeitas, e que o relacionamento por si só não traz garantia de felicidade. É necessário um investimento em vários sistemas da vida para se ter felicidade, pois para uma pessoa que centraliza todas suas expectativas de felicidade numa relação amorosa, quando esta não vai bem, nada fica bem, tudo desmorona. ________________________________________________________________ Cláudia Maria Piasecki Psicóloga Clínica CRP 08/10847

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

GENTILEZA



por Cláudia Piasecki

A gentileza e a compaixão são alguns dos principais fatores que dão sentido à vida. Elas são fonte de felicidade e alegria. Elas são os pilares da generosidade, a virtude de quem age movido pelo desejo de ajudar os outros.
Quando somos gentis e empáticos com os outros, na verdade, nos beneficiamos a nós mesmos, como dizia o Profeta Gentileza: "Gentileza gera gentileza."
Vivemos numa época onde o tempo vale dinheiro, na verdade os americanos iniciaram essa ideia "Time is Money", e o mundo tornou-se capitalista e muito mais frio, os sentimentos valem bem menos do que o dinheiro, ter é mais que ser.
É necessário que façamos uma reflexão, o ser humano evoluiu sim, aliás, o ser humano criou coisas espetaculares, basta olharmos do alto de qualquer arranha-céu de uma grande cidade e podemos notar a capacidade do homem de criar e construir. O homem no decorrer da história criou obras de arte magníficas, que atravessam os séculos, livros com histórias que nos encantam por anos e que são também contadas através de séculos, mas infelizmente o homem fez e faz guerras, diz ser em nome da paz. Páginas sangrentas da história que não podemos esquecer, para que a humanidade não permita que tais atrocidades sejam repetidas.
Mas a impressão que tenho é que a humanidade não está mais tão sensível a determinados acontecimentos violentos, a frieza é mais contagiante do que o calor humano.
Se a sociedade sofre, nós também sofremos. Quanto mais hostilidade abrigarmos, maior é nosso sofrimento. Sendo assim, não podemos prescindir da gentileza e da compaixão.
A gentileza tem a ver com tudo que nos é mais sensível e íntimo. É um aspecto de nossa natureza que normalmente não expressamos integralmente, por medo de sermos atacados, ridicularizados, ou manipulados. Sofremos mais quando deixamos de expressar sentimentos de gratidão, de afeto, honestidade, quando não perdoamos, quando não respeitamos os outros, quando somos impacientes, quando não praticamos a generosidade, quando somos inflexíveis.
Se alcançarmos esse núcleo delicado, todo nosso mundo afetivo ganhará vida nova, e estaremos abertos para infinitas possibilidades de mudança.
A gentileza é urgente em nosso relacionamento com as pessoas e com o meio onde vivemos. A natureza e o meio ambiente têm sofrido com a falta de respeito do ser humano, e novamente sofremos todos, e se não tratarmos a natureza com a gentileza e a reverência que ela merece, acabaremos intoxicados por nosso próprio veneno.
Sim, a gentileza está diante de nossos olhos e ao alcance de todos. A oportunidade de acertar o que está errado ou de ajudar alguém se apresenta a cada momento e, se reagirmos de acordo, afirmaremos os sentimentos mais verdadeiros e os mais altos valores que a vida é capaz de dar.
Não existe a escolha entre ser gentil com os outros e ser gentil consigo mesmo. Porque, na verdade, não existe diferença.
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Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847
9856-8944

A RAZÃO COMEÇA NA COZINHA


DA MESMA FORMA QUE A GASTRONOMIA DE UMA REGIÃO DEFINE SEUS VALORES E SUA VISÃO DE MUNDO, O QUE ACONTECE NA OFICINA DO ESTÔMAGO--COMO DIZIA CERVANTES--REVELA NOSSO MOMENTO ESPIRITUAL.
O DOCUMENTÁRIO DE DORIS DÖRRIE HOW TO COOK YOUR LIFE (COMO COZINHAR SUA VIDA) DISCUTE QUESTÕES ESSENCIAIS SOBRE A ALIMENTAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA EM NOSSO MODO DE VIVER. O FILME ESTÁ CENTRADO NO COZINHEIRO ZEN EDWARD BROWN, QUE CONTA AOS DISCÍPULOS O SEGREDO DE SUA ARTE: NA VERDADE, SÃO OS ALIMENTOS QUE NOS COZINHAM.
ELE VÊ NO ATO DE COZINHAR--DE FAZER PÃO A ESCOLHER E PICAR HORTALIÇAS--UMA DEMONSTRAÇÃO DE AMOR POR SI MESMO E PELOS OUTROS. QUE ATIVIDADE HUMANA TEM MAIOR TRANSCENDÊNCIA QUE A PREPARAÇÃO DO COMBUSTÍVEL PARA NOSSO VEÍCULO VITAL?
MAL COMPARANDO, SE PUSERMOS O COMBUSTÍVEL ERRADO EM UM AUTOMÓVEL, ELE ACABARÁ APRESENTANDO ALGUM DEFEITO. ASSIM, O MOMENTO DE COMER NÃO DEVERIA SER UM ATO ROTINEIRO, SEM IMPORTÂNCIA. QUANDO PREPARAMOS NOSSOS ALIMENTOS, ESTAMOS FAZENDO UMA ESCOLHA TRANSCENDENTE PARA A SAÚDE E O ESPÍRITO.
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TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO: NIETZSCHE PARA ESTRESSADOS.99 DOSES DE FILOSOFIA PARA DESPERTAR A MENTE E COMBATER AS PREOCUPAÇÕES. DE Allan Percy

MARKETING DO DESEJO



POR LUIZ FELIPE PONDÉ

"MAIS IMPORTANTE DO QUE O SUCESSO É PASSAR UMA IMAGEM DE SUCESSO." VOCÊ PODE OUVIR UMA FRASE COMO ESTA EM QUALQUER PALESTRA BREGA DE MOTIVAÇÃO EM RECURSOS HUMANOS.
JÁ DISSE ANTES QUE ACHO PALESTRAS ASSIM A COISA MAIS BREGA QUE EXISTE. MAIS BREGA DO QUE ISSO SÓ MESMO ACHAR QUE O MUNDO MELHOROU PORQUE EXISTE O FACEBOOK.
A MELHOR FORMA DE MANTER A DIGNIDADE NA ERA DO FACEBOOK (SE VOCÊ NÃO RESISTIR A TER UM) É NÃO CONTAR PARA NINGUÉM QUE VOCÊ TEM UM FACEBOOK. QUASE TUDO É BOBAGEM NAS REDES SOCIAIS PORQUE O SER HUMANO É BANAL E VIVE UMA VIDA QUASE SEMPRE MONÓTONA E PREVISÍVEL.
E A MONOTONIA É O TRAJE COTIDIANO DO VAZIO E A ROTINA É O MODO CIVILIZADO DE ENFRENTAR O CAOS, OUTRA FACE DO VAZIO.
A IDEIA DE QUE APRENDEMOS A FALAR PORQUE QUISEMOS "CONHECER" O MUNDO É FALSA. SEGUNDO OS EVOLUCIONISTAS, É MAIS PROVÁVEL QUE TENHAMOS APRENDIDO A FALAR PARA FALARA MAL DOS OUTROS E FOFOCAR.
O "FACE" É, NESTE SENTIDO, UM ARTEFATO PALEONTOLÓGICO QUE PROVA QUE NADA MUDOU.
SEMPRE SE SOUBE QUE NÃO BASTA À MULHER DE CESAR SER HONESTA, ELA TEM QUE PARECER HONESTA, PORTANTO, A IMAGEM DE HONESTA É MAIS IMPORTANTE DO QUE A HONESTIDADE EM SI. MAS AQUI, O FOCO É DIFERENTE: AQUI A QUESTÃO É A HIPOCRISIA COMO SUBSTÂNCIA DA MORAL PÚBLICA. TODO MUNDO SABE QUE A MENTIRA É MOLA ESSENCIAL DO CONVÍVIO CIVILIZADO.
NO CASO DE FRASES COMO A CITADA NO PRIMEIRO PARÁGRAFO, COMUM EM PALESTRAS DE MOTIVAÇÃO EM RECURSOS HUMANOS, É QUE SÃO OFERECIDAS COMO "VERDADES CONSTRUTIVAS DE COMPORTAMENTO". E NÃO COMO O QUE VERDADEIRAMENTE SÃO: ESTRATÉGIAS PARA DESGRAÇADOS E "LOSERS" SE SENTIREM MELHOR.
FICAMOS COVARDES. FOSSE ESTA GERAÇÃO DE JOVENS EUROPEUS (QUE SÓ SABEM PEDIR DIREITOS E IPADS) QUE TIVESSE QUE ENFRENTAR HITLER, ELE TERIA GANHADO A GUERRA.
PROVAVELMENTE ESSES ESTRAGADOS POR DÉCADAS DE "ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL" TERIAM DITO "NÃO À GUERRA EM NOME DA PAZ." GRANDE PARTE DO ESTRAGO QUE HITLER FEZ NO INÍCIO FOI CAUSADA POR GENTE QUE GOSTAVA DE DIZER QUE A PAZ SEMPRE É POSSÍVEL. GENTE MEDROSA MESMO.
MAS NOSSA ÉPOCA, COMO EU COSTUMAVA DIZER MUITAS VEZES, É A ÉPOCA DO MARKETING DO COMPORTAMENTO.
A "CIÊNCIA DA MENTIRA DOS LOSERS". DENTRO DESSA DISCIPLINA GERAL, EXISTE O MARKETING DO DESEJO, ESPECIALIZADO EM MENTIR PARA AS PESSOAS DIZENDO QUE "SIM, CONFIE NO SEU DESEJO QUE TUDO DARÁ CERTO".
MESMO ALGUNS PSICANALISTAS EMBARCARAM NESSE OTIMISMO DE CLASSE MÉDIA.
"NUNCA TRAIA SEU DESEJO", DIRÃO.
SABE-SE MUITO BEM QUE É O DESEJO QUE NOS TRAI PORQUE ELE ESTÁ E VAI ALÉM DO QUE, MUITAS VEZES, CONSEGUIMOS SUPORTAR.
UMA DAS GRANDES TRAGÉDIAS DE NOSSO TEMPO É O FATO DE QUE NÃO EXISTEM MAIS RECURSOS "SIMBÓLICOS" PARA AQUELES QUE RESISTEM AO DESEJO EM NOME DE "UM BEM MAIOR", COMO NO CASO DA FAMÍLIA, DO CASAMENTO, OU SIMPLESMENTE RESISTIR A VIRAR CANALHAS COM DESCULPAS DO MARKETING.
O LEGAL É SER "ESCROTO" SE DIZENDO "LIVRE".
A "ÉTICA DO DESEJO", QUE RECUSA ABRIR MÃO DO PRÓPRIO DESEJO EM NOME DE ALGO MAIOR DO QUE ELE, DESTRUIU A NOÇÃO DE CARÁTER.
PARA A MOÇADA DO MARKETING DO DESEJO RESISTIR AO DESEJO É COISA DE GENTE IDIOTA E MAL RESOLVIDA PORQUE TER CARÁTER NÃO DEIXA VOCÊ MUITO FELIZ O TEMPO TODO.
É VERDADE QUE RESISTIR AO DESEJO NÃO GARANTE FELICIDADE ALGUMA, MAS UMA CULTURA DOMINADA PELA IDEIA DE FELICIDADE É UMA CULTURA DE FROUXOS.
MAS OUTRA VERDADE, NÃO MENOR DO QUE A ANTERIOR, É QUE O DESEJO PODE SER UM COMPANHEIRO TRAIÇOEIRO. A AFETAÇÃO DA FELICIDADE FAZ DE NOS RETARDADOS MENTAIS. EU NUNCA CONFIO EM GENTE FELIZ.
O MESTRE FREUD DIZIA QUE O DESEJO É DESEJO DE MORTE. AFIRMAÇÃO DURA. MAS O QUE ELA CARREGA EM SI É O QUE JÁ SABEMOS: O DESEJO NOS APROXIMA DO NADA (MORTE) PORQUE DESVALORIZA TUDO O QUE TEMOS. POR ISSO, QUANDO MOVIDOS POR ELE, SEM O CUIDADO DE QUEM SE SABE PARTE DE UMA ESPÉCIE LOUCA FLERTAMOS COM O VALOR ZERO DE TUDO.
NADA DISSO SIGNIFICA ABRIR MÃO DO DESEJO, MAS SIM SABER QUE ELE NOS FAZ ANIMAIS QUE CAMINHAM SOBRE TUMBAS QUE SORRIEM PARA NÓS COMO MULHERES FÁCEIS. RESISTIR AO DESEJO TALVEZ SEJA UMA DAS FORMAS MAIS DISCRETAS DE AMAR A VIDA.

LUIZ FELIPE PONDÉ
filósofo
ponde.folha@uol.com.br

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O que é um transtorno alimentar?



por Antonio Leandro Nascimento
www.abpcomunidade.org.br

Transtornos alimentares são doenças que causam graves alterações na maneira como as pessoas comem e nos pensamentos e sentimentos relacionados à alimentação.
As pessoas que têm transtornos alimentares geralmente preocupam-se de maneira exagerada com a alimentação, com seu peso e forma corporal. Os transtornos alimentares afetam principalmente mulheres de 12 a 35 anos de idade, porém também podem ocorrer em mulheres de outras faixas etárias e em homens. Os dois tipos principais de transtorno alimentar são a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa.
As pessoas que apresentam Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa tendem a ser extremamente críticas sobre seus corpos. Elas geralmente sentem-se gordas, mesmo que estejam muito emagrecidas e desnutridas. Elas também podem apresentar medo intenso de engordar e isto pode afetar todas as suas atividades. Frequentemente, os portadores de transtornos alimentares não reconhecem que têm um problema de saúde.
Em alguns casos, os transtornos alimentares estão relacionados a outros transtornos e problemas psiquiátricos, como a depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo e o abuso de álcool ou outras drogas. As pesquisas realizadas até o momento sugerem que há traços hereditários nos transtornos alimentares, porém estas doenças também podem aparecer em famílias que não apresentam nenhum outro caso de transtorno alimentar. Sem o tratamento correto, os pacientes podem desenvolver problemas nutricionais, dentários e cardíacos, alguns deles potencialmente fatais. Entretanto, o tratamento psiquiátrico pode proporcionar a estas pessoas o retorno a hábitos alimentares saudáveis e a um estado de saúde física e emocional.

Tratamento

O tratamento dos transtornos alimentares envolve a participação de diversos profissionais, com diversas técnicas. Habitualmente, o tratamento envolve o atendimento médico realizado por psiquiatras, com prescrição de medicamentos e psicoterapia e também por outros especialistas, como endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos, que auxiliarão o paciente a recuperar os hábitos alimentares saudáveis. Através do tratamento adequado, os indivíduos portadores de um transtorno alimentar podem recuperar seu bem-estar e sua autoestima sem que o peso e a forma corporal sejam os valores mais importantes da sua vida.

Anorexia Nervosa

A Anorexia Nervosa afeta cerca de 0,51% das mulheres jovens. Este transtorno é diagnosticado quando as pacientes apresentam um medo constante de engordar, mesmo estando com um peso abaixo do normal. Com isso, as alterações de comportamento apresentadas por essas mulheres podem envolver a restrição alimentar extrema ou o uso de medidas para compensar as poucas calorias ingeridas através da alimentação, seja através da alimentação, seja através de exercícios exagerados, de vômitos forçados ou uso de laxantes.
A restrição alimentar pode causar alguns efeitos danosos ao corpo, tais como:

*Interrupção da menstruação

*Osteopenia ou osteoporose

*Alterações no aspecto das unhas e do cabelo

*Pele seca

*Anemia

*Constipação (dificuldade para evacuar)

*Redução da pressão arterial

*Queda da temperatura do corpo

*Desnutrição

*Depressão e letargia


Bulimia Nervosa

A Bulimia Nervosa é caracterizada por episódios em que a pessoa come, em um curto período de tempo, uma quantidade muito grande de comida, superior a que uma pessoa de mesma idade, constituição e peso comeria, por vezes engolindo sem mastigar, sem saborear, misturando diversos tipos de alimentos ou ainda comendo comida gelada. Estes episódios normalmente são interrompidos pela chegada de outra pessoa, ou quando o paciente fica tão exausto que dorme cansado de tanto comer, ou ainda quando o estômago, de tão distendido, começa a doer. Depois destes episódios de exagero alimentar, os portadores de Bulimia Nervosa costuma realizar episódios de compensação para tentar evitar o ganho de peso, como provocar vômitos ou usar um laxante. Estes comportamentos normalmente ocorrem fora das vistas de outras pessoas, pois costumam causar vergonha de desconforto e não costumam ser notados até que se tornem tão frequentes que causem um prejuízo significativo à vida da pessoa.
A Bulimia Nervosa também pode causar alterações físicas:

*Garganta constantemente inflamada

*Aumento do volume das glândulas parótidas, localizadas no pescoço.

*Alterações no esmalte dos dentes causadas pelo ácido contido nas secreções do estômago, tornando os dentes amarelados

*Halitose ("mau hálito")

*Problemas intestinais pelo uso exagerado de laxantes

*Problemas renais causados pelo uso de diuréticos
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Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica CRP 08/10847
Psicologia do Emagrecimento - Rafcal