sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Banalização do sexo



por Cláudia Piasecki

A liberdade sexual na sociedade atual está diretamente ligada à realização de fantasias.
Vivemos mais o sexo e menos o amor.
A sensualidade está exacerbada, não há limites.
Existem muitas pessoas que vivem muito tempo sem amor, mesmo que tenham um pouco de sexo, mas estão sozinhas, sem amor!
Wilhem Reich, famoso terapeuta corporal, tentou propagar a liberdade sexual do corpo, através do amor, de relações mais intensas, relações saudáveis, não efêmeras, construídas com base na confiança, companheirismo, investimento afetivo.
O que percebemos no comportamento da grande maioria das pessoas é exatamente o contrário, propaga-se o sexo livre, sem ao menos se conhecer o outro. É o consumismo inserido no sexo. Eu consumo o outro, não preciso me preocupar com relação, continuação, ou amar, amor.
Impera a fantasia. É o estímulo sexual o tempo todo. É um atuar sexualmente. Agir, agir, agir, apenas uma descarga de energia.
E os sentimentos que movem o ser humano?
Essas relações de "descarga" realmente são satisfatórias?
A fantasia deveria ser consequência, vem depois, não pode ser a causa. A causa além do desejo deveria ser o amor, relação pelo afeto.
A banalização sexual leva a uma falsa idéia de realização e satisfação sexual. As pessoas se tratam como objetos "descartáveis" próprios para consumo, mas sem a possibilidade de manutenção (duração).
Quanto mais me relaciono sexualmente apenas para descarregar energia, sem nenhum tipo de envolvimento afetivo, terei necessidade de buscar cada vez mais relações dessa natureza, pois haverá apenas uma falsa sensação de satisfação, então inicia-se assim um ciclo compulsivo; a sensação de vazio logo após o término de uma relação sexual casual é bastante grande, os amantes que não tem intimidade alguma desejam "livrar-se" daquela situação o quanto antes.
Quando uma relação sexual acontece num clima de afeto, amor, intimidade, a tendência é que o desejo aumente, e a sensação de completude e satisfação, sejam vivenciadas de maneira real.
O sexo muitas vezes pode dar uma sensação de poder. Principalmente o sexo casual, quem pratica o sexo casual tem a sensação de estar sempre "conquistando", ou consumindo um "produto" novo, mas realização sexual, encontraremos apenas em um relacionamento com amor.

Cláudia Maria Piasecki.
Psicóloga Clínica.
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br
3243-0156 consultório