quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A ação vence o medo.



por Cláudia Piasecki

Nós os humanos vivemos sempre rodeados, por vezes, assombrados pelas dúvidas do cotidiano, pelas escolhas que devemos fazer, decisões importantes que vão ser cruciais para o nosso futuro, outras decisões nem tão importantes assim, mas que nos deixam ansiosos e preocupados da mesma forma.
Cada fase do ciclo vital exige mais e mais responsabilidades, atitudes assertivas, amadurecimento, discernimento, ação.
Vivemos numa sociedade que nos exige escolhas o tempo todo, mas nem sempre estamos bem preparados para fazê-las. E inevitavelmente somos tomados pelo medo e insegurança.
Com muita frequência surgem questões como: "Será que estou indo pelo caminho correto?". "Será que isso vai dar certo?". "Será que tenho capacidade para tanto?". "Será que vou dar conta?". "Até quando isso vai durar?”. Será que preciso mesmo aguentar?". "O que será que vão pensar de mim?".
Na verdade são questões que fazem parte do imaginário de qualquer pessoa. O medo é um sentimento que nos acompanha sempre, e é positivo, pois nos faz pensar e criar estratégias de proteção e de aperfeiçoamento. O medo deixa de ser positivo no momento em que permitimos que ele nos paralise a ponto de abandonarmos nossos sonhos, ideais e desejos.
Na verdade, renunciar a um desejo antes mesmo de fazer uma pequena tentativa, é abrir mão de uma possibilidade, por mais remota que nos pareça a realização. Se renuncio, abro mão. Se tento, posso estar abrindo um leque de possibilidades, ou no mínimo evito criar uma fantasia em relação ao que poderia ter sido. A ação vai fazer toda a diferença. Se ficarmos com medo de eventual frustração que possa ser gerada por tal ação que pode não dar certo, ou de estarmos nos expondo de alguma maneira e parecermos ridículos aos olhos dos outros, certamente estaremos assim matando em nós a chama que nos mantém vivos, a esperança.
Percebo que muitas pessoas vivem uma vida de simulação, sem autenticidade, eu diria, quase artificial, pois se dedicam a coisas ou atividades mecânicas que geralmente são geradas por uma necessidade que vem do outro e não de si mesmo. Claro que temos nosso papel social que é muito importante, mas é necessário que nos questionemos sempre se estamos satisfeitos com o caminho que estamos percorrendo. Se criássemos um espaço maior para a reflexão e não apenas vivêssemos voltados para essa "coisificação social" de que tenho que ser igual a todo mundo, tenho que possuir coisas para me tornar alguém, que para eu me sentir aceito preciso fazer exatamente o que os outros fazem, ou me comportar dessa, ou daquela maneira que sabe-se lá quem estabeleceu. Como construir uma identidade dentro de um sistema tão massacrantre? E quando se consegue viver uma vida mais autêntica e saudável, percebemos que estamos envelhecendo...
Talvez seja importante refletirmos sobre a finitude. A realidade é cruel. Todos vamos morrer um dia. Não sabemos quando, mas essa é a nossa maior certeza. Não podemos escolher quanto tempo vamos viver, mas podemos escolher como viver.
Semana passada o mundo ficou um pouco mais triste com a perda de Steve Jobs, diretor da empresa Apple. Steve Jobs sabia que estava com câncer e que não viveria por muito mais tempo. Interessante como ele soube usar a seu favor essa realidade (dura realidade), não se deixou abater e continuou criando, trabalhando, vivendo. Certamente um grande exemplo, que merece admiração.
Nenhum problema ou sofrimento é pequeno. Sempre que estamos passando por uma situação difícil, ou de escolha, nos sentimos pressionados, ansiosos, inseguros, com muito medo. Mas se não partirmos para a ação ou no mínimo tentarmos enfrentar a adversidade ou quem sabe fazer uma escolha, nossa vida certamente será muito menos excitante, interessante e criativa, ou alegre. O que faz a vida valer a pena para você, caro leitor?

"Lembrar que eu estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que eu encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo- todas as expectativas externas, todo o medo de se envergonhar ou de errar- isto cai diante da face da morte, restando apenas o que realmente é importante. Lembrar que vou morrer é a melhor maneira para eu saber evitar em pensar que tenho algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir o seu coração."__Steve Jobs, em discurso durante formatura em Stanford, 2005.

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Cláudia Piasecki
Psicóloga Clínica
3243-0156
9856-8944

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