quinta-feira, 29 de abril de 2010

Individualidade versus Solidão


Um leitor levantou uma questão sobre o tema individualidade, assunto esse que tratei em artigo publicado no Blog. Relacionamento. Tempo de mudanças.
Disse:"Devemos tomar cuidado, pois, individualidade demais pode levar à solidão."
Na verdade, defendo a individualidade saudável, onde conseguimos preservar nossa identidade, um tempo só nosso, tempo esse que julgo ser uma conquista.
Quando falo em individualidade, me refiro também a não depositarmos numa outra pessoa todas as expectativas de sermos felizes, ou seja, posso ser feliz independentemente de ter alguém. E não é interessante criarmos uma relação de dependência, onde "me perco" sem o outro, ou perco a identidade longe de meu par afetivo.
O ser que lida bem com a sua individualidade é um ser inteiro.
O que é a solidão?
A solidão é um sentimento que está associado à momentos de tristeza, melancolia, sofrimento, vazio. Mas, na realidade a solidão pode nos acometer mesmo quando estamos rodeados pela família, amigos, namorado(a), esposo(a). Vivemos momentos de solidão, bem como momentos de completude, de alegria, de felicidade.
O ideal é criar laços afetivos duráveis e verdadeiros. Investir nas relações pessoais, e tentar resolver os conflitos, ao invés de fugir deles. O medo de encarar a realidade muitas vezes nos leva a solidão, pois nos afastamos das pessoas numa tentativa de nos afastarmos do conflito, acontece que o problema só aumenta; aumentam também à distância, a falta de diálogo e de afeto, e diminui a possibilidade de resolver o conflito.
Encarar os problemas que advém das relações pessoais, pode ser uma tarefa difícil, por vezes dolorosa, mas criar mecanismos de defesa, ou, ignorar as questões conflituosas é muito pior.
Melhor mesmo é o equilíbrio entre preservar a individualidade, sem é claro confundí-la com egoísmo, e investir nas relações para ter com quem contar nos momentos difíceis, e com quem festejar os momentos felizes.
A relação a dois deve ser baseada na parceria e no companheirismo, mas não devemos nos esquecer, que não somos donos do outro. Se quero respeito, também devo respeitar.
por Cláudia Piasecki.
cmpiasecki@bol.com.br

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