quinta-feira, 10 de junho de 2010

Namorofobia





Parece que uma boa parte da humanidade foi contaminada por uma espécie de alergia à intimidade, um comportamento crescente entre os homens, mas que também é assumido por muitas mulheres. O compromisso, necessário ao estabelecimento do namoro, tem sido encarado como algo ameaçador, chato e para muitos insuportável!
De acordo com pesquisa que venho desenvolvendo no site: www.mudancadehabito.com.br , 50% das pessoas estão em busca de um relacionamento para toda vida, 27% procuram alguém para namorar, 17% estão atrás de belos romances e 6% querem apenas ficar com várias pessoas. Esses dados indicam que a maioria dos entrevistados tem vontade de se envolver em um relacionamento.
Mas existe uma contradição. Os fatos também indicam que, apesar de quererem um namoro, aumenta também o número de pessoas que não o consegue. O desejo é grande, mas a habilidade é pouca.
Durante muito tempo, a ordem era namorar, noivar e casar. E quem não cumprisse esse ritual, estava sujeito à discriminação. Mas agora, com muito mais liberdade, ninguém é obrigado a dar satisfação de sua vida aos outros e por isso mesmo, estar só ou junto de alguém passou a ser uma opção. O sexo tornou-se disponível independente de ter ou não uma relação. Sendo assim, são muitos os homens que não vêem mais a necessidade de ter um relacionamento para satisfazer-se, contentam-se somente com o sexo.
As mulheres tornaram-se mais exigentes e não aceitam ser tratadas de qualquer maneira pelos homens. Elas querem mais do que sempre tiveram nos séculos passados.
O mundo tornou-se mais pragmático e as pessoas descartam o que não "serve", o que não responde aos seus objetivos. É tudo preto no branco. Mas, com esta mente objetiva e o coração "congelado", fica complicado amar. O amor precisa de um tempo para brotar, crescer e florescer. Ele deve ser cultivado com tempo, com paciência, tolerância e profundidade.
Ao classificar as pessoas de acordo com um padrão rígido, você não permite que o próprio encontro evolua. O narcisismo tomou conta de muita gente e não há espaço para o ser real, imperfeito, belo e viável.
Você pode não gostar de uma ou de outra característica da pessoa, mas no seu conjunto ela pode ser importante na sua vida.
Graças a Deus, nem tudo está perdido, pois também tenho encontrado pessoas com mais maturidade, que continuam apostando no amor, sem tanto medo da cumplicidade.
Sérgio Savian
Terapeuta e escritor
www.sergiosavian.com.br


Cláudia Maria Piasecki
Psicóloga Clínica
CRP 08/10847
cmpiasecki@bol.com.br

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